O meu único objetivo, a minha única sede é ver você morta. A hora que eu ver você debaixo de sete palmos eu vou saber que vou ter a minha filha em paz. Mais cedo ou mais tarde eu encontro você e se eu encontrar com você, seja com quem você estiver, eu vou passar por cima. Bota isso na sua cabeça. Eu não falo demais. Eu vou fazer.
Essas são só algumas das frases ditas em dezenas de áudios ameaçadores que uma mulher recebeu do ex-marido ao longo de mais de 12 meses. Só nesse ano, ela já precisou mudar de endereço quatro vezes na região da Grande Vitória. Praticamente viveu escondida, com medo de ser encontrada e morta por ele.
A vítima e o agressor foram casados por oito anos. Juntos, eles têm uma filha, ainda criança. Em entrevista à TV Gazeta, a mulher explicou que todas as ameaças começaram quando ela passou a trabalhar como cabeleireira. Com um ciúme doentio, o homem reclamava de tudo e deu início às agressões físicas.
Depois das agressões vinham pedidos de desculpas, mas nada mudava. Boletins de ocorrência foram registrados junto à Polícia Civil e passaram a se acumular. Nada fazia com que ele parasse. Depois de descumprir inúmeras regras impostas pelas medidas protetivas, ele está preso.
Em uma dessas infrações, ele usou o telefone da filha de apenas sete anos para ameaçar a vítima. Na verdade, não só a ela, mas também à ex-sogra. Já preparei um cassetete aqui. Eu vou deixar ela pelo menos um ano de cama. Vou dar uma coça bem dada nela. Bem dada mesmo. Pode ter certeza, disse ele.
No ano passado, desesperada, a mulher chegou a deixar a filha do casal com o ex-marido e fugiu. O objetivo era conseguir sobreviver para lutar pela guarda da menina. Seguindo as orientações do advogado, ela pegou a menina para uma visita em junho deste ano e não devolveu mais. As ameaças continuaram.
Atualmente grávida de nove meses e sem conseguir viver tranquila no Estado, a mulher espera apenas o bebê nascer para se mudar mais uma vez. Ele prometeu que pode passar quantos anos for, ele vai me matar. Qualquer coisa que acontecer comigo, agora, vão saber que ele é o culpado, desabafou.
Em situações semelhantes à vivida pela vítima da história acima, estão diversas mulheres da Grande Vitória. De acordo com informações passadas pela Polícia Civil só entre janeiro e julho deste ano, 3.171 boletins de ocorrência de casos parecidos foram registrados. O que equivale a 15 por dia.
Dados também mostram que foram expedidas 1.788 medidas protetivas de urgência, durante o mesmo período nae região. Porém, especialistas alertam que esses números podem ser ainda maiores, porque muitas vítimas acabam não denunciando por medo ou sendo mortas antes disso acontecer.
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