Uma mulher de 76 anos caiu em um golpe do bilhete premiado e foi convencida a transferir R$ 200 mil aos criminosos. Ela passeava com o cachorro no bairro Jardim Camburi, em Vitória, quando foi abordada por dois homens, que contaram uma história para enganá-la. Três pessoas foram detidas nesta terça-feira (28) em uma agência bancária da Serra tentando sacar o valor.
A neta da vítima, que preferiu não ser identificada, contou, em entrevista à repórter Tarciane Vasconcellos, da TV Gazeta, que um dos golpistas abordou a avó dela e alegou que possuía um bilhete premiado, mas que estava sem documentos e precisava de testemunhas para conseguir receber o valor.
"Ele ( o beneficiado) falou que estava sem documento e se ela poderia ajudá-lo. Ligaram para lá (uma suposta central de atendimento), uma terceira pessoa atendeu o telefone e também conversou com ela e avisou que, se tivesse duas testemunhas, o rapaz poderia pegar o prêmio na loteria. E aí ela foi ajudar", narrou a mulher.
Em seguida, a vítima foi convencida a entrar em um carro com os criminosos e ir até uma agência bancária na Serra para fazer uma transferência no valor de R$ 200 mil para um dos criminosos (entenda no final da matéria como funciona o golpe). Ela teve de assinar um documento autorizando o repasse.
Em seguida, eles entraram novamente no carro e os criminosos disseram à vítima que eles precisavam comprar água e a deixaram esperando em uma rua. Foi aí que ela percebeu que havia caído em um golpe e ligou para os familiares.
Na manhã desta terça-feira (28), um dos criminosos foi identificado tentando sacar o dinheiro em uma agência bancária da Serra. Ele foi detido, junto com os outros dois comparsas, pela Polícia Militar.
"São três pessoas detidas. Uma delas foi o indivíduo que recebeu os valores, a segunda é uma mulher que o acompanhava no banco e a terceira que seria o responsável por fazer o transporte deles do banco até o destino final", explicou o advogado Bernardo Carneiro.
O golpe do bilhete premiado não é novo. Em outra situação semelhante, ocorrida em 2019, o delegado Romualdo Gianordoli explicou como os criminosos agem para ludibriar as vítimas.
Geralmente, o suposto ganhador da loteria se apresenta como pessoa de pouca instrução, pedindo algum tipo de ajuda com o objetivo de conquistar a confiança da vítima. Em seguida, um segundo golpista, que se apresenta como uma pessoa mais instruída, se junta ao suposto ganhador, que está ao lado da vítima, e diz que poderia ajudá-los.
Logo depois, ainda de acordo com a polícia, o suposto ganhador da loteria afirma ter um bilhete premiado, geralmente na casa dos milhões, e alega, por algum motivo, por vezes religioso, que não poderia sacar a quantia por ser fruto de jogo de azar.
O segundo golpista se mostra interessado e, para enganar a vítima, liga para uma pessoa que se passa por funcionário da Caixa Econômica Federal, que confirma os números do suposto bilhete. Faz isso com o telefone no viva-voz, para passar credibilidade diante da vítima.
Após a confirmação, o segundo golpista faz um falso depósito para o suposto ganhador para recebimento de parte do prêmio. Com esse ato, as vítimas também fazem o mesmo, porém transferindo quantias reais para o dono do bilhete.
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