As estudantes Emily Amorim e Gabriele Moreira, que são noivas, acusam um homem de ter agredido as duas na praia de Guriri, em São Mateus, no Norte do Estado. De acordo com as mulheres, o caso aconteceu no último sábado (19), já no momento em que elas se preparavam para deixar a praia. A Polícia Civil apura a ocorrência de agressão que foi registrada na praia de Guriri. Em entrevista para a TV Gazeta, Emily relatou o que aconteceu.
A gente foi para praia no sábado, estava sentada conversando com algumas amigas e, depois de um determinado tempo, chegou uma família, sentou de frente para gente. A gente continuou brincando, conversando normalmente e, aí um tempinho depois, a gente decidiu ir embora. Quando a gente estava sentada na praia, percebeu alguns integrantes da família, que era o rapaz, que estava olhando demais, relatou.
Segundo ela, a situação de início incomodou e, quando elas se abraçaram, a agressão aconteceu. A gente se abraçou para tirar foto e eu senti um impacto, uma porrada nas costas, aí a Gabriele caiu, eu fui tentar segurar ela para ela não cair e machuquei a unha, e a gente ficou sem entender nada, perguntando o que estava acontecendo, se ele estava ficando doido, não tinha explicação, contou.
Emily disse ainda que, durante toda a confusão, o homem falava que elas estavam desrespeitando a família dele. Ele começou a gritar que a gente tinha que respeitar o filho dele, respeitar a família dele e eu fiquei fazendo sinal de quem não estava entendendo nada. E ele veio e me empurrou com a mão na minha cara, para trás. O tempo todo mandando a gente respeitar ele e a família dele, lembrou.
Após o caso, Emily e Gabriele estiveram na Delegacia Regional de São Mateus, onde registraram o boletim de ocorrência. O homem, apontado como sendo o autor das agressões, já era conhecido por elas. Eu conheço ele da cidade, ele tem um perfil conservador. Acredito que ele tenha se sentido ofendido, por qual motivo eu não sei e se achou no direito de agredir a gente para gente respeitar a família dele, contou Emily.
Para Gabriele não existe explicação para as agressões. A gente escuta piadinha quando a gente passa na rua, os olhares, mas agressão não, ninguém nunca tinha agredido a gente, ninguém nunca agiu com tanta brutalidade assim, na frente de todo mundo na praia, todo mundo viu, as pessoas ficaram horrorizadas, eu, particularmente, estou horrorizada até agora, é muito constrangedor o que a gente passou, lamentou.
De acordo com Emily e Gabriele, com o boletim de ocorrência registrado, as duas já acionaram os advogados para resolver a situação na Justiça.
"O psicológico tem que estar preparado para enfrentar diariamente, mas, dessa vez, a gente não vai se calar não, não tem como deixar passar", completa.
O homem apontado pelas duas como sendo o autor das agressões foi procurado pela reportagem da TV Gazeta para comentar o caso, mas disse que não vai se pronunciar sobre o assunto no momento.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso segue sob apuração da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (DIPO) de São Mateus. Segundo a PC, até o momento nenhum suspeito foi detido.
A polícia pede ainda que a população colabore com as investigações denunciando de forma anônima através do Disque-Denúncia 181 ou pelo site disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.
Na tarde desta terça-feira (22), um grupo se reuniu para manifestar em defesa das duas vítimas e pelos direitos dos grupos LGBTI+. Com faixas e cartazes, o grupo percorreu as principais ruas de São Mateus.
Com informações de Erika Carvalho, da TV Gazeta
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