> >
Mulheres denunciam enfermeira por aplicar golpes após partos no ES

Mulheres denunciam enfermeira por aplicar golpes após partos no ES

Segundo as vítimas, enfermeira se aproveitava da fragilidade delas para pedir dinheiro, alegando estar sob ameaça de agiota e, caso não conseguisse, tiraria a própria vida

Publicado em 23 de março de 2023 às 15:07

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura

Uma enfermeira obstetra é suspeita de aplicar golpes em pelo menos 18 mulheres que haviam acabado de dar à luz filhos no Espírito Santo. Segundo as vítimas, a investigada pedia uma quantia em dinheiro afirmando que era ameaçada por agiota. Depósitos feitos para a mulher variam de R$ 2 mil a R$ 20 mil.

De acordo com apuração da repórter Vanessa Calmon, da TV Gazeta, a conversa entre a enfermeira e essas mulheres começava no início do parto. Ela acompanhava a grávida por cerca de 12 horas no dia em que a vítima daria à luz bebê. Era neste intervalo de tempo que a suspeita dizia estar devendo dinheiro a agiotas.

Dias após os partos, quando as vítimas ainda estavam no puerpério, a enfermeira entrava em contato com as mães por meio de aplicativos de mensagens pedindo uma quantia em dinheiro, dizendo que continuava sofrendo ameaças de agiotas. Uma das vítimas, que prefere não se identificar, conversou com a TV Gazeta, e detalhou o que acontecia.

Mulheres denunciam enfermeira por aplicar golpes após partos no ES

"Sempre contando a história que ela teve um ex-namorado, que esse homem a traiu e que era cega de amor. Usou o nome dela e fez várias dívidas. Pegou os cheques dela e trocou com agiotas e esses agiotas deixaram a dívida no nome dela", disse uma das vítimas.

Pressão psicológica

Seguindo o mesmo método com todas as vítimas, a enfermeira pedia dinheiro fazendo pressão psicológica ao dizer que "orava muito a Deus para que mandasse um anjo que a ajudasse, caso contrário tiraria a própria vida".

Aspas de citação

Você adquire confiança nela por ter participado de momento importante na nossa vida. Ela se aproveita disso e você cede porque está em um momento de fragilidade, que é o pós-parto

X.
Vítima (pediu para não ser identificada)
Aspas de citação

O caso da vítima ouvida pela reportagem aconteceu em outubro de 2021. Cedendo às pressões psicológicas da enfermeira, ela transferiu R$ 20 mil para a suspeita. Recentemente, a vítima descobriu que, além dela, outras 17 mulheres foram  extorquidas.

Orientadas por um advogado, elas reuniram provas em um grupo de WhatsApp. Somente de comprovantes de pagamento, são mais de R$ 40 mil transferidos para a suspeita. As vítimas também compartilham prints de conversas e áudios enviados pela enfermeira. Em uma das gravações, a suspeita chega a chorar. Ouça abaixo:

O que fazer?

O advogado Ronaldo Carneiro está acompanhando o caso, representando as vítimas da enfermeira. "Nesse momento estamos orientando a todas pacientes que denunciem o fato e façam um boletim de ocorrência e denunciem a Coren-ES para que medidas cabíveis sejam tomadas e sejam verificados indícios graves de infração éticas", explicou.

O nome da enfermeira não foi divulgado porque o caso ainda é investigado na esfera criminal pela Polícia Civil. Mesmo assim, a reportagem da TV Gazeta entrou em contato com ela, mas a mulher não quis se manifestar.

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que as denúncias estão sendo apuradas.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais