Na madrugada da última segunda-feira (17), o músico Guilherme Rocha, de 37 anos, foi morto pelo policial Lucas Torrezani de Oliveira, após uma discussão em um condomínio de Jardim Camburi, em Vitória. O crime – flagrado por uma câmera de segurança – chocou a população e os vizinhos dos envolvidos.
Inicialmente, o soldado da Polícia Militar alegou legítima defesa e foi liberado pelo delegado de plantão, que entendeu "não haver elementos suficientes para lavrar o auto de prisão em flagrante naquele momento". No entanto, horas depois, testemunhas e imagens revelaram uma situação diversa.
Por meio das investigações, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito por homicídio qualificado, pelo prazo inicial de 30 dias. O pedido foi acatado pela Justiça, e Lucas Torrezani está preso no quartel do Comando Geral da PM, em Maurípe, na Capital, desde a noite seguinte ao crime.
Ainda assim, devido às imagens e aos desdobramentos, o assassinato segue sendo debatido. Nesta terça-feira (18), o advogado criminalista e professor de Direito Penal Anderson Burke deu uma entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, e abordou diversos aspectos do caso. Confira:
Como você analisa o caso?
No momento do crime, os policiais sentiram "odor etílico" em Lucas Torrezani. Ele poderia estar bebendo armado?
Antes do tiro que tirou a vida de Guilherme Rocha, o policial militar chegou a apontar a arma para o músico. Nessa hora, já estava acontecendo um crime?
O vídeo não mostra se o amigo que conversava com o soldado e presenciou tudo tentou separar os envolvidos ou se os segurou. Ele deve responder, de alguma forma, pelo crime? Como a participação dele é analisada?
Após o tiro, pelo que aparece no vídeo, o policial não presta socorro à vítima. Isso configura outro crime? O que ele deveria ter feito?
O procedimento adotado na delegacia, que não o manteve detido em flagrante, deve ser investigado?
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que, "por meio da Corregedoria, está acompanhando as apurações da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) referentes ao caso" e que "as providências administrativas pertinentes na esfera militar serão adotadas".
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