No dia seguinte à perda da sobrinha, o sentimento de Angelita Bueque da Silva é de indignação e revolta. Ela é tia de Franciane Bueque da Silva, de 32 anos, que morreu nesta quinta-feira (26) após a moto em que ela estava com seu companheiro ser atingida por uma motorista, no Centro de Guarapari, depois de uma briga de trânsito. O motoboy Webster Luiz Santos Lopes, de 19 anos, que estava na direção, ficou ferido.
Em entrevista à reportagem da TV Gazeta, Angelita desabafou sobre o caso e lamentou a morte de Franciane.
A condutora do carro que provocou a batida é a engenheira ambiental Karen Keithy Morais Ferreira, de 36 anos. Quando os primeiros atendimentos ainda eram prestados, ela afirmou à Polícia Militar que havia agido com raiva: "Fiz de propósito". Segundo o delegado Vitor Alano, a mulher não demonstrou arrependimento.
Algemada no local da colisão devido ao "comportamento estranho", Karen foi conduzida para a Delegacia Regional de Guarapari, onde foi autuada em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, ambos por motivo fútil. Sem direito a fiança, ela está presa no Centro Prisional Feminino de Cariacica.
Ainda muito abalada, Angelita revelou que a sobrinha era batalhadora e deixa dois filhos menores de idade. "Um tem 15 anos e o outro, 12. Ela era uma menina guerreira, não tinha vício nenhum e trabalhava no quiosque. Sempre trabalhou para poder criar os filhos. Ela era pai e mãe deles", contou.
"Está todo mundo muito, muito, muito abalado com essa situação. Nós temos que correr atrás dos direitos dessas crianças. Queremos justiça", completou a tia. Franciane estava na garupa no momento da colisão. Seu companheiro, o motoboy Webster Luiz Santos Lopes, conduzia a moto e ficou ferido.
Ainda nesta quinta-feira, a estudante Ana Santos Matos, de 18 anos, irmã do motoboy, revelou que ele estava internado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, e que ainda passaria por exames. Segundo ela, o irmão, embora estivesse bem machucado, passava bem.
Na oportunidade, ela também comentou a briga de trânsito, que terminou com fim trágico. "Era questão de conversar, não de partir para violência, de tirar a vida de uma pessoa. A motorista não pensou se a Franciane ou meu irmão tinham família. Só pensou nela", desabafou.
De acordo com o relato da motorista Karen à Polícia Militar, a briga de trânsito teria começado quando o casal fez uma ultrapassagem pela direita, o que não é permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Por causa disso, ela e a dupla teriam passado a trocar xingamentos e ofensas.
Em seguida, o motociclista Webster teria chutado o retrovisor do carro. A partir daí, a engenheira ambiental passou a perseguir os dois, segundo ela, com o intuito de filmar a placa. Na Rua Jacinto de Almeida, no Centro de Guarapari, ela bateu na traseira da moto e a arrastou por cerca de 800 metros.
Outros dois vídeos mostram o carro da Karen (um Volkswagen Fox branco) já estacionado, com a motocicleta presa embaixo do para-choque dianteiro. O veículo aparece vazio, com os vidros abertos, sem a placa da frente, com a dianteira bastante danificada e com o retrovisor quebrado. Veja:
Segundo o registro da Polícia Militar, a condutora fez um teste do bafômetro que deu negativo, descartando a ingestão de álcool. Ainda segundo o boletim, embora estivesse dirigindo a moto, o jovem Webster não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
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