> >
"Não foi acidente, foi assassinato", diz tia de mulher morta em Guarapari

"Não foi acidente, foi assassinato", diz tia de mulher morta em Guarapari

Aos 32 anos, Franciane Bueque da Silva morreu nesta quinta-feira (26) após uma motorista atingir, de propósito, a moto em que estavam ela e o companheiro

Publicado em 27 de agosto de 2021 às 15:00

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Angelita Bueque da Silva é tia da Franciane Bueque da Silva, de 32 anos, que morreu nessa quinta-feira (26) no Centro de Guarapari
Angelita Bueque da Silva é tia da Franciane Bueque da Silva, de 32 anos, que morreu nessa quinta-feira (26) no Centro de Guarapari. (Fabrício Christ | Montagem A Gazeta)

No dia seguinte à perda da sobrinha, o sentimento de Angelita Bueque da Silva é de indignação e revolta.  Ela é tia de Franciane Bueque da Silva, de 32 anos, que morreu nesta quinta-feira (26) após a moto em que ela estava com seu companheiro ser atingida por uma motorista, no Centro de Guarapari, depois de uma briga de trânsito. O motoboy Webster Luiz Santos Lopes, de 19 anos, que estava na direção, ficou ferido.

Não foi acidente, foi assassinato, diz tia de mulher morta em Guarapari

Em entrevista à reportagem da TV Gazeta, Angelita desabafou sobre o caso e lamentou a morte de Franciane.

Aspas de citação

Foi uma grande covardia. Aquilo não foi um acidente de trânsito, foi um assassinato. Ela assassinou a minha sobrinha

Angelita Bueque da Silva
Tia de Franciane
Aspas de citação

A condutora do carro que provocou a batida é a engenheira ambiental Karen Keithy Morais Ferreira, de 36 anos. Quando os primeiros atendimentos ainda eram prestados, ela afirmou à Polícia Militar que havia agido com raiva: "Fiz de propósito". Segundo o delegado Vitor Alano, a mulher não demonstrou arrependimento.

Karen Keith Moraes Ferreira é que dirigia o carro e perseguiu o casal, gerando o acidente em Guarapari
Karen Keith Moraes Ferreira é quem dirigia o carro e acabou presa por homicídio. (Telespectador | TV Gazeta)

Algemada no local da colisão devido ao "comportamento estranho", Karen foi conduzida para a Delegacia Regional de Guarapari, onde foi autuada em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, ambos por motivo fútil. Sem direito a fiança, ela está presa no Centro Prisional Feminino de Cariacica.

Aspas de citação

Ela é uma pessoa desequilibrada. Uma pessoa dessa não pode ter um veículo. Um carro na mão dela vira uma arma

Angelita Bueque da Silva
Tia de Franciane
Aspas de citação

Ainda muito abalada, Angelita revelou que a sobrinha era batalhadora e deixa dois filhos menores de idade. "Um tem 15 anos e o outro, 12. Ela era uma menina guerreira, não tinha vício nenhum e trabalhava no quiosque. Sempre trabalhou para poder criar os filhos. Ela era pai e mãe deles", contou.

"Está todo mundo muito, muito, muito abalado com essa situação. Nós temos que correr atrás dos direitos dessas crianças. Queremos justiça", completou a tia. Franciane estava na garupa no momento da colisão. Seu companheiro, o motoboy Webster Luiz Santos Lopes, conduzia a moto e ficou ferido.

Webster Luiz Santos Lopes ficou ferido e Franciane Bueque da Silva morreu após briga de trânsito em Guarapari
Webster Luiz Santos Lopes ficou ferido e Franciane Bueque da Silva morreu após briga de trânsito em Guarapari. (Acervo pessoal)

Ainda nesta quinta-feira, a estudante Ana Santos Matos, de 18 anos, irmã do motoboy, revelou que ele estava internado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, e que ainda passaria por exames. Segundo ela, o irmão, embora estivesse bem machucado, passava bem.

Na oportunidade, ela também comentou a briga de trânsito, que terminou com fim trágico. "Era questão de conversar, não de partir para violência, de tirar a vida de uma pessoa. A motorista não pensou se a Franciane ou meu irmão tinham família. Só pensou nela", desabafou.

DISCUSSÃO, PERSEGUIÇÃO E MORTE: RELEMBRE O CASO

De acordo com o relato da motorista Karen à Polícia Militar, a briga de trânsito teria começado quando o casal fez uma ultrapassagem pela direita, o que não é permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Por causa disso, ela e a dupla teriam passado a trocar xingamentos e ofensas.

Em seguida, o motociclista Webster teria chutado o retrovisor do carro. A partir daí, a engenheira ambiental passou a perseguir os dois, segundo ela, com o intuito de filmar a placa. Na Rua Jacinto de Almeida, no Centro de Guarapari, ela bateu na traseira da moto e a arrastou por cerca de 800 metros.

Outros dois vídeos mostram o carro da Karen (um Volkswagen Fox branco) já estacionado, com a motocicleta presa embaixo do para-choque dianteiro. O veículo aparece vazio, com os vidros abertos, sem a placa da frente, com a dianteira bastante danificada e com o retrovisor quebrado. Veja:

Segundo o registro da Polícia Militar, a condutora fez um teste do bafômetro que deu negativo, descartando a ingestão de álcool. Ainda segundo o boletim, embora estivesse dirigindo a moto, o jovem Webster não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais