O cabeleireiro Ronaldo Andrade, que perdeu a esposa e os dois filhos em um acidente provocado pelo empresário Wagner Dondoni, se diz indignado com a Justiça. Dondoni, que havia sido condenado pelo crime e preso em 2018, foi beneficiado por uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e saiu da cadeia. O acidente aconteceu em 2008 e demorou dez anos para ser julgado.
Estou indignado com a nossa Justiça pois nessa manhã fiquei sabendo pelos jornais que o cidadão que provocou o fato trágico na minha vida, que ceifou a vida dos meus filhos e da minha esposa, vai ser posto em liberdade, disse Ronaldo.
Um cidadão desses, não poderia sair nunca da prisão. Eu gostaria de pedir às autoridades competentes que revejam essa situação. Não deixem isso acontecer. Até onde vamos chegar com isso? É difícil demais para quem passa pela situação. Por favor, autoridades, olhem por nós, completou o cabeleireiro.
Dondoni, segundo a Justiça, foi o responsável pela tragédia ocorrida na BR 101, em Viana, no dia 20 de abril de 2008, que destruiu a família do cabeleireiro Ronaldo Andrade. Ele, que é o único sobrevivente do carro atingido pelo empresário, perdeu a esposa Maria Sueli Costa Miranda, e os dois filhos, Rafael Scalfoni Andrade e Ronald Costa Andrade.
A caminhonete guiada pelo empresário bateu no carro dirigido pelo cabeleireiro, por volta de 7h da manhã. Ronaldo e a família seguiam para Guaçuí. Um exame de embriaguez detectou, à época, que Dondoni estava dirigindo sob influência de álcool.
Em novembro de 2018, dez anos após a tragédia, Dondoni foi condenado a 24 anos e 11 meses de prisão, em regime fechado. O empresário não compareceu ao julgamento, que durou quase 15 horas no Fórum de Viana, em que foi condenado pela maioria dos votos. Ele respondeu pelos crimes de homicídio simples por ter causado a morte de Maria Sueli, e os filhos dela, tentativa de homicídio, por Ronaldo Andrade, e uso de documentação falsa.
Após decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta sexta-feira (14), Dondoni foi solto. A decisão veio do ministro relator do habeas corpus, Sebastião Reis Junior, que concedeu liberdade irrestrita ao réu.
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