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Novas empresas vão responder por venda irregular de papel higiênico no ES

Novas empresas vão responder por venda irregular de papel higiênico no ES

Cinco marcas são investigadas por comercializarem os produtos em uma quantidade menor do que a informada na embalagem. Fraudes também foram identificadas em lenços hospitalares e papéis toalhas

Maria Fernanda Conti

mfconti@redegazeta.com.br

Publicado em 18 de outubro de 2023 às 19:34

Marcas de papel higiênico e papel toalha investigadas por fraudarem a metragem oferecida ao cliente
Marcas de papel higiênico e papel toalha investigadas por fraudarem a metragem oferecida ao cliente Crédito: Divulgação | Polícia Civil

Uma operação que visa impedir a venda irregular de papel higiênico e papel toalha entrou na segunda fase nesta quinta-feira (18), e terminou na identificação de cinco marcas com irregularidades e oito lojas fiscalizadas em Vila Velha, Vitória e Serra. As marcas são investigadas por comercializarem os produtos em uma quantidade menor do que a informada na embalagem.

Confira os nomes das empresas divulgadas pela Polícia Civil:

  • Qualillux (de Santa Catarina, no Paraná)
  • City Paper (de São Paulo)
  • HPEL (de Vila Velha, no Espírito Santo)
  • Benn (da Serra, no Espírito Santo)
  • Ecofit (de Santa Catarina, no Paraná)

A ação foi feita pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem-ES). Na primeira fase, constatou-se que até prefeituras, hospitais e órgãos estaduais foram vítimas das adulterações (veja mais detalhes abaixo).

Segundo o diretor técnico do Ipem-ES, Mário Louzada, a diferença chegava a ser de até 60% da quantidade vendida para o consumidor. Nesta etapa, também foram localizados lenços hospitalares com fraudes, e todos os produtos retirados do mercado. 

Embalagens não possuíam especificações sobre metragem
Embalagens não possuíam especificações sobre metragem Crédito: Divulgação | Polícia Civil

 "Verificou-se que, em pacotes de 1 mil toalhas, por exemplo, havia 400, 480, 500 toalhas. Num rolo de papel higiênico de 500 metros, havia só 280. O que temos verificado com o Procon e a Delegacia do Consumidor é que são empresas de vários Estados, atuando da mesma forma, com o mesmo tipo de fraude", afirmou.

Conforme também destacou a Polícia Civil, os fabricantes serão investigados por estelionato e crimes contra relação de consumo.

"Eles estão vendendo aqui no Espírito Santo; imagina-se que não é o único Estado. Esse, provavelmente, é um problema nacional. É muito provável que seja, talvez, um conluio de empresas, uma grande quadrilha que está atundo para fraudar o setor público e também o privado"

Mário Louzada

Diretor técnico do Ipem

O que afirmam as empresas

Três das cinco empresas foram acionadas por A Gazeta, mas apenas uma respondeu aos questionamentos até a publicação deste texto. A HPel, localizada em Vila Velha, informou que "toda a operação é válida" e que está à disposição para quaisquer esclarecimentos. "Iremos apurar para entender as informações que foram prestadas", concluiu. 

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Qualilux e a EcoFit. O espaço segue aberto para as partes. 

Primeira fase

As primeiras denúncias do crime foram feitas pela Comissão de Defesa do Consumidor, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. No dia 25 de setembro, a marca Virgempel, localizada em Cariacica, foi alvo da Polícia Civil. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Viana e Cariacica, e fiscalizadas duas lojas em Vila Velha que revendiam o produto irregular ao consumidor final.

A denúncia sobre a suposta venda irregular do produto foi feita pela Comissão de Defesa do Consumidor, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O presidente da comissão, deputado Vandinho Leite, esteve na empresa nesta segunda (25)

Titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, o delegado Eduardo Passamani informou que as suspeitas surgiram dentro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), após uma servidora perceber que os papéis acabavam antes do previsto. A partir disso, reclamações foram feitas às entidades competentes.

"Parte das denúncias veio de órgãos públicos, parte do Procon, enfim, várias pessoas reclamando. Diante das constatações preliminares, nós solicitamos autorização da Justiça e cumprimos dois mandados de busca e apreensão: na sede do fabricante e na sede do vendedor desse produto para o Estado [órgãos públicos]", detalhou Passamani.

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