O número de assassinatos no 1º trimestre de 2023 no Espírito Santo aumentou 5,9% quando comparado com o mesmo período de 2022. Entre janeiro, fevereiro e março deste ano, 287 pessoas morreram em casos de feminicídios, homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte, ante as 271 vítimas de 2022.
Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (20). As informações são das repórteres Viviann Barcelos e Fabiana Oliveira, do g1 ES.
Segundo os dados, em janeiro foram 96 homicídios; 84 em fevereiro e 98 em março. Ainda de acordo com o Monitor da Violência, no primeiro trimestre de 2022 foram registrados 271 vítimas de assassinatos, sendo 96 homicídios em janeiro, 69 em fevereiro e 86 em março.
De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), os dias com mais registros de homicídios são o domingo e o sábado.
O domingo lidera com 23,6% das ocorrências, seguido do sábado, com 15,8%. Depois aparecem a segunda-feira (14,5%) e a quarta-feira (13,7%).
Dos números gerais, a Região Metropolitana concentra quase metade dos assassinatos dos três primeiros meses (47%), seguida da Região Norte (20%) e Noroeste (18%).
Em entrevista ao g1 na quarta-feira (21), o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp), coronel Alexandre Ramalho, atribuiu o aumento no número de homicídios a três fatores: ao fato de 2022 ter apresentado o melhor resultado da série história, que considera os registros desde 1996; o grande número de eventos no início do ano e a ação do tráfico de drogas.
De acordo com a Sesp, 2022 teve o melhor resultado da série histórica e o primeiro trimestre de 2023 é o segundo melhor, ficando atrás apenas de 2022.
"Na análise comparativa ano a ano é um período muito curto para analisar esses dados. Como o primeiro trimestre do ano passado foi o melhor da série histórica, já sabíamos que tínhamos um desafio pela frente. Em paralelo a isso, tivemos um início do ano e retorno de muitos eventos, como o retorno dos ensaios das escolas de samba e o próprio carnaval, além de praias lotadas que demandam policiamento. Foi um primeiro trimestre muito pesado", disse o secretário.
A atuação e a guerra entre traficantes também foram apontadas pelo secretário como fatores para o aumento do número de homicídios.
Entre as ações para combater a violência, estão o aumento do efetivo policial que só deve acontecer de forma significativa no próximo ano, quando os processos dos concursos das polícias Civil e Militar forem concluídos. Enquanto isso, a secretaria tenta reduzir o déficit de efetivo nas corporações.
"A gente está se flexibilizando e tem buscado reconvocar o policial da reserva com pagamento de indenização no horário de folga e elaborando ações em cima do mapa do crime", comentou o secretário.
Ramalho também citou o aumento da criminalidade no interior do estado. "Estamos com esforços para combater o crime na Região Noroeste e em Linhares. Lamentavelmente, o crime migrou para o interior. Em determinados locais, a venda pode ser mais cara que na Grande Vitória. Onde começa a venda de entorpecente vamos ter a incidência do homicídio e não é uma peculiaridade só da Grande Vitória", afirmou.
*Com informações de Viviann Barcelos e Fabiana Oliveira, do g1 ES
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