Perder um filho assassinado é uma dor que qualquer pai ou mãe jamais deseja sentir. Na manhã desta terça-feira (13), um encarregado de montagem de 57 anos passou por isso pela terceira vez: ele estava dirigindo o carro na BR 101, na altura do bairro Jardim Tropical, na Serra, quando foi surpreendido por suspeitos que atiraram no filho dele, que estava no banco do carona. Alefin Almeida Miranda tinha 28 anos. Apesar do desespero e da tentativa do pai em reanimá-lo, ali mesmo no meio da rodovia, o filho acabou morrendo.
Todo o enredo dessa história é carregado de dor, drama e trauma. Dentro do veículo, estavam duas crianças, que presenciaram o crime e o desespero do pai de Alefin. E para esse pai, mais uma infeliz perda: na frente dele, via o terceiro filho morrer, vítima da violência. Todos foram assassinados, em um intervalo de 12 anos.
Ele conversou com a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, mas preferiu não se identificar. O encarregado contou que estava dirigindo o carro quando outro veículo com quatro pessoas emparelhou o deles.
"Eu vinha buscar o Alefin na casa dele. Quando passamos em um quebra-molas em frente a um colégio, um Ford Ka branco parou e o meliante atingiu ele. Matou ele dentro do meu carro. Ainda pedi para ele: Não mata meu filho, não! Mas ele (fez) sem remorso. Eu estava com duas crianças, um de 4 anos (filho do encarregado) e outra de 11 (enteada) dentro do carro", revelou.
Ele disse que não sabe o que motivou o assassinato. Há muitos anos, quando era menor de idade, Alefin chegou a ser detido por roubo. Mas, segundo o pai, atualmente o jovem não estava envolvido com nada ilícito.
"Ele começou a trabalhar comigo, eu e meus colegas ensinamos ele a trabalhar como mecânico, ultimamente estava trabalhando em uma empresa como montador, estava gostando muito, era um menino muito trabalhador e respeitador. Todo mundo erra, só não pode insistir no erro. Como ele arrumou família, saiu do bairro, não estava envolvido, foi uma surpresa agora. O porquê disso eu não sei. Para mim era um grande filho, vai ficar a saudade", ressaltou.
Agora, ele espera por justiça. "A polícia vai trabalhar nesse caso e Deus vai abençoar. Não vai trazer meu filho de volta, mas vai dar um consolo para mim e para a minha esposa. Vou lutar e o que eu puder fazer para a Justiça prender e ele pagar pelo crime, eu vou fazer", desabafou.
Alefin foi assassinado na manhã desta terça-feira (13), no km 268 da BR 101, na saída do bairro Jardim Tropical, na Serra. A informação foi confirmada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O trânsito no local chegou a ser interditado para os trabalhos de perícia da Polícia Civil.
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o tio da vítima, Roni Miranda, contou que no carro estavam quatro pessoas: Alefin no banco de carona, o pai ao volante e duas crianças no banco de trás.
A Polícia Civil informou que "o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra e até o momento nenhum suspeito foi detido. A população pode denunciar através do Disque-denúncia (181) qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem as polícias na elucidação de delitos ou infrações. A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado".
*Com informações da repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta
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