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O que mãe presa pela morte do filho disse no dia do enterro dele no ES

O que mãe presa pela morte do filho disse no dia do enterro dele no ES

Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa, de 3 anos e 7 meses, foi deixado morto pelo padrasto no PA de Alto Lage, em 17 de setembro. A mãe, que estava em viagem na data do crime, foi presa em novembro

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 16:33

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Thais Cândido é mãe de Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa (em destaque)
Thais Cândido é mãe de Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa (em destaque) e foi presa em novembro. (TV Gazeta e Acervo Pessoal)

Deixado morto pelo padrasto no Pronto Atendimento (PA) de Alto Lage, em Cariacica, em 17 de setembro, o pequeno Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa, de 3 anos e 7 meses, foi enterrado no dia seguinte ao óbito, depois que a mãe, Thais Candido, que estava em viagem para o Norte do país, retornou às pressas para o Espírito Santo devido à morte do menino.

Na ocasião, Thais, que acabou presa em novembro em meio às investigações do caso, chamou de 'monstro', Fábio dos Santos Silva, de 28 anos, capturado e autuado naquele mesmo dia por homicídio qualificado (com vítima menor de 14 anos) e majorado pelo fato de o autor exercer autoridade sobre a criança.

Em entrevista à TV Gazeta durante a despedido do filho, Thais explicou que a decisão de deixar Davy e a irmã, de um ano e 10 meses, com Fábio foi motivada pela confiança que ela tinha no companheiro. “Ele nunca demonstrou maldade nenhuma com meus filhos. Eu nunca imaginava que esse monstro pudesse fazer isso com meu filho”, disse.

Na mesma data da morte do menino, a irmã de Davy, de um ano e 10 meses, deu entrada no Hospital Infantil de Vitória, após ser achada na rua em Cariacica por uma líder comunitária. Marcas de castigos físicos excessivos também foram constatadas nos exames feitos na bebê.

Thais ainda relembrou a última conversa com o menino, por chamada de vídeo, horas antes da morte, e disse que pediu ao companheiro que levasse os filhos para a casa da avó materna, após perceber as crianças "tristes".

“Eu falei: ‘Oi, Davy’. Ele só levantou a cabecinha e disse: 'Oi, mãe', e deitou de novo. Foi de manhã, por volta de 7h, 8h. Eu falei (com o padrasto da criança): ‘Meu filho não tá bem, leva meu filho para a minha mãe’. Ele falou que ia levar. Aí eu pedi para ver minha filha. Ela estava sentada na beirada da cama comendo um pão de queijo, com uma carinha triste. Eu olhei e falei assim: ‘Meus filhos não estão bem, leva eles para a casa da minha mãe’. Ele falou que ia levar, e depois sumiu, não tive contato com ele mais.”

Conforme explicou o adjunto da DHPP de Cariacica, delegado Michel Pessoa Fernandes, Fábio dos Santos Silva tinha histórico criminal e atuação no tráfico de drogas, e o verdadeiro motivo para a viagem de Thais era para buscar entorpecentes que seriam vendidos por ele e outros traficantes.

"Ela viajou para buscar droga em Rondônia e deixou a criança com o padrasto. A investigação juntou vários elementos (para que Fabio seja responsabilizado) por homicídio qualificado majorado e homicídio tentado por meio cruel e motivo fútil (referente à irmã mais nova)."

Em relação a Davy, exames identificaram, no sangue do menino, vestígios de cocaína e outro componente, que podem ter sido ingeridos de forma acidental pela criança ou ministrados por terceiros. A causa da morte, porém, foi apontada como anemia aguda por laceração do fígado, que foi rompido em decorrência de espancamento.

Com a conclusão do inquérito policial pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica, além de o padrasto responder pelos crimes, Thais, que deveria garantir a segurança de Davy e da irmã, será autuada por omissão, tentativa de homicídio, homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico.

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