O assassinato da agricultora Thamires Lorençoni, de 27 anos, comoveu capixabas desde o último dia 30, quando o crime aconteceu. A jovem foi morta ao passar pela rodovia ES 164, que liga Cachoeiro de Itapemirim a Vargem Alta, e ter o caminhão em que estava com o marido interceptado por criminosos armados. Os bandidos foram até o banco do carona, em que vítima estava sentada, e atiraram nas costas e na cabeça dela, que não resistiu aos ferimentos. Duas mulheres foram presas por suspeita de encomendarem o crime.
O crime aconteceu no último dia 30 de novembro. A vítima e o marido estavam em um caminhão, voltando para Santana, zona rural de Vargem Alta, onde moravam, quando um carro os interceptou na estrada.
Imagens da câmera de videomonitoramento de um estabelecimento às margens da rodovia ES 164, que liga Cachoeiro de Itapemirim a Vargem Alta, mostram um carro branco, em que estavam os executores, entrando, às 14h29min25s, na frente do caminhão que era dirigido pelo marido de Thamires. Veja o vídeo abaixo.
A versão inicial era de que ela teria sido morta durante uma tentativa de assalto. No entanto, o caso passou a ser tratado como homicídio pela Polícia Civil. As imagens enfraquecem a versão de que Thamires teria sido morta por ter corrido ao ver os criminosos, já que os executores avançaram em direção a ela. O vídeo será anexado ao inquérito.
Nas imagens é possível ver quando o caminhão desce alguns metros na ladeira e um homem aparece correndo, sete segundos depois do início da ação, e vai direto no lado do carona, onde estava a vítima. O comparsa, que tinha ficado no carro, dá a volta e se direciona para a parte de trás do caminhão.
Em seguida, o marido da vítima sai do caminhão às 14h29min59s e corre na direção contrária dos criminosos. Ele volta 17 segundos depois, vai até o lado do carona e começa a sinalizar para outros motoristas que passavam pela rodovia, pedindo socorro. Thamires foi socorrida para um hospital da região, mas não resistiu e morreu.
Apesar de, inicialmente, a morte de Thamires ter sido divulgada pela polícia como um latrocínio, o caso teve uma reviravolta na última quinta-feira (05). A Polícia Civil de Vargem Alta prendeu Sula Almeida e a filha dela, Flávia Almeida, como principais suspeitas de encomendar o crime. De acordo com familiares, Sula é madrasta do marido de Thamires, que estava com ela na hora do crime.
Sula e Flávia foram encaminhadas para o Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim. Os suspeitos de atirarem contra Thamires ainda não foram localizados.
Ainda não está claro por qual motivo a morte de Thamires teria sido encomendada. A polícia não fala e o delegado que investiga o caso afirma que só vai revelar a motivação após conclusão do inquérito.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rafael Amaral, as investigações só serão concluídas nos próximos dias. Até lá, ele afirma que não irá comentar nada, para não atrapalhar nas investigações.
Thamires era casada e tinha três filhos. A missa de sétimo dia aconteceu neste sábado, na Igreja Católica da comunidade de Vila Maria, em Vargem Alta. De acordo com familiares, o crime abalou todo o município.
A relação entre Sula e a esposa do enteado não era das melhores, segundo familiares. Ainda assim, Thamires se preparava para ir morar no mesmo imóvel que as suspeitas residem. A agricultora, o marido e as filhos viveriam embaixo, enquanto o sogro de Thamires, Sula e a filha dela morariam na parte de cima. Uma reforma já estava sendo feita no imóvel.
Quando a gente soube da morte da Thamires, desde o primeiro instante já imaginamos que a Sula poderia estar por trás. A Thamires era uma pessoa do bem, não tinha inimigos, a não ser ela. Elas já discutiram algumas vezes, conta um familiar que prefere não se identificar.
Os três filhos do casal - duas meninas de 6 e 5 anos e um menino de 3 - estão ficando na casa da avó materna. As meninas ainda estão muito abaladas com o crime. Já o menino, ainda não sabe da morte da mãe, de acordo com pessoas próximas da família. As suspeitas de terem encomendado o crime são a madrasta do marido, Sula Almeida, e a filha dela, Flávia Almeida. Elas foram presas na última quinta-feira (5).
Um familiar da vítima, que prefere não se identificar, contou que o sogro de Thamires e o marido dela ainda não conseguem acreditar na tragédia na família. A Sula já vivia com o pai (do marido) havia 10 anos. Elas eram de Cachoeiro de Itapemirim e vieram morar com eles. Ele está chorando muito. O marido também está muito abalado. Acabaram com a vida dele. Ele amava muito a Thamires, afirma.
De acordo com familiares, o crime abalou todo o município.
A mãe de Thamires, Débora Lorençoni, não consegue entender a frieza das suspeitas de terem encomendado o crime. A mãe da vítima revela que as suspeitas nunca gostaram de sua filha. A motivação, acredita Débora, pode estar relacionada com a mudança de casa do casal. Ela só sabia cuidar dos filhos, trabalhar e estava doida para terminar a reforma da casa, se mudar, estava até enjoada de tanto que falava nisso, revela Débora.
Quase morri ao saber da morte da minha filha, nunca imaginei perder um filho assim. Eu acho que foi inveja. Ela (Flávia) dizia que, naquela casa, ela (Thamires) não iria morar. Mas, nunca imaginei que era a morte dela que planejavam. Desde nova ela gostava do marido da minha filha, mas ele nunca teve olhos para ela. Há muitas provas e elas confessaram. Elas odiavam minha filha. Falavam para todos. Foram no enterro e no velório dela, revela a mãe de Thamires.
A investigação policial da morte da agricultora Thamires Lorençoni deve ser concluída nesta semana. Segundo o delegado de Vargem Alta, Rafael Amaral, a investigação deve ser encerrada nesta semana, uma vez que o caso está praticamente encerrado. Ele preferiu ainda não dar detalhes, mas comentou que se trata de um caso diferenciado, que chama atenção da polícia, principalmente pela região, conhecida pela tranquilidade.
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