Passados exatos oito meses nesta terça-feira (1), a Polícia Civil do Espírito Santo ainda não prendeu nenhum responsável pelas ameaças de morte direcionadas às diretoras do Hospital Infantil de Vitória. O caso ganhou notoriedade no dia 1º de outubro do ano passado, quando as servidoras da Secretaria de Estado da Saúde, Thaís Regado e Graziella Salarolli, foram ameaçadas por meio de mensagens telefônicas.
No corpo do texto, o responsável pelas ameaças descreve que foi contratado para matá-las, mas desistiu de tirar a vida de Thaís porque ela coincidentemente tinha o mesmo nome que a filha dele. Na mensagem seguinte, a pessoa que seria o responsável pela execução, afirma que o "contratante" não aceitou a recusa e alertou as servidoras para o risco que corriam.
As duas colaboradoras da Sesa receberam as mesmas mensagens nos respectivos celulares e as ameaças foram levadas à polícia, sendo feito na sequência um boletim de ocorrência para que as investigações fossem iniciadas. A reportagem de A Gazeta questionou a motivação para as ameaças, se as mesmas foram oriundas da cidade de Pedro Canário, como relatado pela própria Thaís, mas nada foi respondido.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil disse que o fato está sendo investigado por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e que, até o momento, nenhum suspeito de cometer o crime foi detido. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação foi repassada.
Na mesma resposta, A PC destaca que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas.
Também procurada, a Secretaria de Estado da Saúde disse que "todas as medidas necessárias sobre o fato foram adotadas pelas autoridades de segurança pública, a partir da emissão dos boletins de ocorrência. Detalhes do caso não serão divulgados".
A reportagem de A Gazeta perguntou à Sesa se as servidoras recebem algum tipo de proteção especial, se há alguma investigação paralela à feita pela polícia, ou se as servidoras recebem algum tipo de acompanhamento. Assim como a Polícia Civil, a pasta estadual nada respondeu.
Thaís contou na época das ameaças que acreditava que as ameaças recebidas por ela e Graziella eram decorrentes de mudanças em contratos com fornecedores do hospital, o que estaria causando desconforto.
"Estou com medo. Mas já imaginava que algo assim poderia acontecer porque temos feito alguns enfrentamentos com fornecedores e isso tem causado um certo desconforto. Mas nunca tinha recebido ameaça formal. Eu não tenho como comprovar, mas uma pessoa conhecida disse, em agosto, que um terceiro falou que deveríamos ficar atentas porque algum dos fornecedores nos daria um susto. Até passamos a fazer horários alternativos no trabalho, caminhos diferentes, mudar de carro. Mas hoje veio a prova", explicou ela.
Na mesma linha, Graziella mostrou-se surpresa e obviamente assustada com o tom das ameaças sofridas.
"Na verdade a gente não espera esse tipo de coisa. A gente está fazendo um trabalho e não espera esse tipo de abordagem por fazer o que tem que ser feito. Gera um desconforto muito grande, nos coloca em condição de vulnerabilidade. De fato viemos enfrentando fornecedores, como relatou minha colega. Mas não temos mais o que dizer agora, apenas aguardar, já que a polícia está atuando", concluiu.
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