O comandante-geral da Polícia Militar no Espírito Santo, o Coronel Douglas Caus, apresentou, nesta terça-feira (13), o balanço sobre a Operação 12 de outubro, iniciada na última sexta-feira (09), às 18h, e concluída nesta manhã (13), às 6h, em todo o Estado. Durante a ação policial, marcada pela ostensividade, por blitz, cerco tático e combate a bailes clandestinos, foram presas 281 pessoas, além de terem sido cumpridos 19 mandados de prisão, sendo 6 desses pelo cometimento de homicídios.
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A ação policial contou com a atuação de 5 mil policiais a mais, além de mais de 400 viaturas e das inteligências integradas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), da Inteligência Prisional, e das polícias Civil e Militar. De acordo com Caus, A PM também realizou saturação com as tropas especializadas nas áreas com maior incidência de tráfico e homicídios, como, por exemplo o Centro de Vitória, a Ilha do Príncipe, Rio Marinho, Nova Rosa da Penha, Flexal e outras áreas críticas na Grande Vitória. "Destaco que o nosso policiamento ostensivo, feito pelo patrulhamento ordinário, também teve um papel muito importante", disse.
Também segundo o comandante-geral, a PM não recuou e deverá continuar usando força máxima. "Nós estamos com um sistema integrado de inteligências. A polícia pretende prender no meio do caminho, antes mesmo que deem início a ataques. É um objetivo de alto risco e a PM está preparada, bem treinada e bem armada, e não vai, em momento algum, recuar quanto a ações mais contundentes", afirmou.
Com relação aos bailes clandestinos, que são os que não cumprem as regras determinadas pelos governos municipais e estadual, o Coronel Douglas Caus afirmou que eles interessam apenas aos grandes traficantes. "Eles passam ostentando armas e as comunidades ficam reféns. A PM vai continuar intervindo para que as pessoas que têm o sossego tirado pelos bailes tenham direito de ir e vir e possam ter um sono tranquilo. A polícia fará a dispersão, reagindo com munição não letal e, se houver enfrentamento maior, vamos reagir de forma equivalente", frisou.
No feriado prolongado, segundo o comandante, estavam previstos 54 bailes no Estado. "Atuamos em 37 deles. Nós conseguimos acabar com alguns bailes conversando com as pessoas e elas desobstruíram as vias. Em outros, a PM foi recebida a pedradas, garrafadas e, nestes, a PM fez uso de munição não letal, química, e foi feita a dispersão. Não houve relatos de pessoas feridas nas ações", comentou.
Para ele, além da presença de traficantes armados, há o problema do barulho, que incomoda a comunidade do entorno. "Eles ligam desesperados pedindo ajuda, sem conseguir dormir. Um cidadão não quer sair de casa porque na porta tem gente usando droga, fazendo sexo, segurando arma, então fica confinado em casa. Quando a PM vai, a população agradece", acrescentou.
De acordo com Caus, durante o feriado prolongado do dia 12 de outubro, houve ameaças de enfrentamentos entre traficantes. Dentre elas, o episódio que teve início na Ilha do Príncipe, em Vitória, e que terminou em Cobilândia, com três pessoas presas e três armas apreendidas. "Nós montamos um esquema para tentar interceptar os sujeitos antes que entrem no bairro para fazer ataques. É uma operação arriscada, com alta possibilidade de enfrentamento, e a PM está preparada e, invariavelmente, a possibilidade de um marginal ser alvejado é grande. Felizmente ninguém morreu no enfrentamento da sexta-feira (09), mas teve bandido atirando e atingindo porta de viatura, mas não nos intimidamos", contou.
Além do caso de sexta-feira (09), o comandante relembrou o caso do balconista que foi esfaqueado no Centro de Vitória na noite de domingo (11). "Um trabalhador sofreu uma tentativa de furto, teve a cabeça cortada. Por isso estamos reforçando o policiamento no Centro e pretendemos fazer operações na Piedade, no Forte São João, no Morro do Cruzamento, no Morro do Moscoso e no Cabral. É desses lugares que esses indivíduos saem para cometer furto e roubo na região do Centro. À medida que esse tipo de delito aumenta ali, reforçamos o policiamento e estamos planejando operações nas áreas", concluiu.
Já iniciada a Operação 12 de Outubro, estava sendo realizada uma supervisão, com blitz, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, na noite de sexta-feira (09), por agentes da PM. "Foi quando recebemos um chamado de apoio na região de Cobilândia e Sotelândia. Era uma perseguição a um veículo que, segundo informações do Ciodes, teria participado de um ataque na Ilha do Príncipe momentos antes. Durante a perseguição, os indivíduos perderam o controle, bateram na ponte que liga Rio Marinho a Sotelândia, um deles ficou preso dentro do veículo, foi abordado, algemado e colocado dentro da viatura", iniciou.
De acordo com o Coronel, dentro do veículo usado pelos criminosos foram encontradas duas pistolas. "Logo após recebemos informações do disque-denúncia de que outros dois participantes, que tinham fugido, estariam dentro de uma residência da localidade. A força tática foi até o local, fez uma negociação rápida com eles e os indivíduos se entregaram, foram algemados e conduzidos à Polícia Civil", contou.
Sobre a dinâmica da ação individualizada de cada suspeito, Caus afirma que a apuração cabe à Polícia Civil. "Mas mesmo para nós, os suspeitos assumiram que participaram. A viatura que acompanhou a ocorrência na Ilha do Príncipe foi até o local em Vila Velha, reconheceu o veículo que foi usado em Vitória, então pode de fato afirmar que é o mesmo. Os dois episódios foram uma continuação um do outro", disse.
Sobre as prisões realizadas, o comandante-geral explica que dos quatro envolvidos no ataque, um era menor e foi apreendido dentro do veículo, dois foram presos na casa de uma senhora e filha, ambas feitas reféns, e um conseguiu fugir. De acordo com Caus, o menor apreendido não tem antecedentes criminais, enquanto os demais contam com ficha extensa szpor participação em outros crimes.
"E a ida deles à Ilha do Príncipe denota claramente a tentativa de tomar um território para o tráfico de drogas. Existem traficantes na Ilha do Príncipe que a Polícia Civil, a PM, a inteligência da Sesp, já estão identificando. A Operação Caim e a Sentinela combatem este tipo de indivíduo. Quando a polícia chega, eles vão para as residências, mas mais cedo ou mais tarde, serão presos. A Ilha do Príncipe é um lugar pequeno, nós sabemos quem são estes indivíduos e já estamos trabalhando no sentido de detectar os esconderijos onde estão, pedir ao MP e ao Judiciário mandados de busca e apreensão para, depois do cerco, entrarmos nas residências e fazermos as prisões", concluiu.
Um balconista foi golpeado com facadas durante um assalto na noite deste domingo (11), no Centro de Vitória. Silas Neves da Silva, de 31 anos, teve três cortes profundos na cabeça, além de lesões no pescoço, no olho e no nariz ao lutar com o assaltante.
O crime aconteceu na Avenida Jerônimo Monteiro, por volta das 21h. Câmeras de segurança mostram que a vítima, de boné vermelho, estava em um ponto de ônibus, quando o assaltante chegou por trás, dando uma gravata (golpe por trás prendendo o pescoço da vítima para imobilizá-la).
No vídeo, é possível ver que o homem resistiu e eles entraram em luta corporal. O balconista chega a colocar a mão na cabeça e dar socos no bandido para tentar se proteger, mas o criminoso, que portava uma faca, deu vários golpes com na vítima com a arma branca. Veja:
A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, onde relatou para policiais que não tinha certeza se havia sido roubado. Porém, ao checar os bolsos, percebeu que teve o celular levado pela assaltante e também o dinheiro que levava para pagar o aluguel.
Silas teve alta na manhã de segunda-feira e contou para TV Gazeta que tinha acabado de sair da igreja e esperava o ônibus para voltar para a casa no bairro Bela Vista. Ele afirmou que foi um milagre ter sobrevivido.
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