O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) deram início, nesta quarta-feira (26), à "Operação Exagogi", com objetivo de cumprir mandados contra empresas e integrantes de uma organização criminosa responsável por furtar combustível através da perfuração e da retirada direta dos oleodutos da Transpetro. No Espírito Santo foram oito alvos.
De acordo com o MPRJ, os mandados de busca e apreensão expedidos no estado capixaba foram nas seguintes cidades: Vitória (5), Cariacica (2) e João Neiva (1). Além do Espírito Santo, a operação acontece no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
O MPRJ denunciou à Justiça 27 pessoas pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e corrupção. Entre os denunciados estão os irmãos Marcio Pereira Gabry, Mauro Pereira Gabry e Marcelo Pereira Gabry, apontados como líderes da organização. O trio figura como responsável por manter contato com os demais operadores do esquema, realizar pagamentos e organizar cada evento criminoso.
Também foi denunciado o policial militar Anderson Cordeiro Machado, apontado como braço armado da organização criminosa, responsável por informar as oportunidades em que o crime pode ser executado com menor vigilância policial.
Outro denunciado, Magnojai Rizzari Recla, conhecido como Magno, emite notas fiscais e outros documentos essenciais ao transporte do óleo furtado, bem como prestava consultoria sobre os materiais necessários para a derivação clandestina, tendo em vista seus conhecimentos técnicos obtidos na época em que trabalhava em uma mineradora.
Ainda segundo a denúncia, os criminosos compram pela internet o material necessário para as derivações clandestinas, valendo-se de instrumentos de qualidade duvidosa, mangueiras inadequadas e indivíduos sem especialização para realizar as incisões nos dutos e retirar o material. Além do dano ambiental e patrimonial, causado pela subtração de petróleo, há o dano material consubstanciado na reparação dos dutos pela equipe da Transpetro, de valor mais alto e de tempo muito elevado.
Dois dos nomes citados dessa vez já apareceram como alvos de mandados de prisão em fevereiro do ano passado. À época, a "Operação Ratoeira" também mirava a atuação de uma quadrilha especializada de furto de combustíveis de dutos da Transpetro. Segundo as investigações, criminosos articulavam as ações pelo WhatsApp. O grupo criado no aplicativo foi batizado de "BR Ratobras".
Na ocasião, agentes saíram para cumprir 10 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em Minas Gerais e em Pernambuco. De acordo com a denúncia, os criminosos agiam pelo menos desde 2017.
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