Quatro artefatos explosivos foram apreendidos pela Polícia Militar durante mais uma fase da Operação Sentinela, realizada na manhã desta quinta-feira (28), no Romão, em Vitória. Na ação, um homem foi detido, no Morro do Cruzamento, e contra ele constava mandado de prisão pelo crime de homicídio. Com o suspeito, foram encontradas arma, drogas e munições. As bombas caseiras foram detonadas pelos militares no local.
A Polícia Militar divulgou imagens de raio-x dos explosivos apreendidos na operação. Nas fotos, é possível ver uma grande quantidade de pregos nas bombas caseiras — consideradas as novas armas do tráfico de drogas na disputa por territórios no Estado.
Também chama a atenção, em uma das imagens divulgadas pela corporação, a presença de uma máscara cuja aparência é similar à que ficou famosa por conta do Anonymous (Anônimo, em português), grupo mundial de ativismo hacker. Além da máscara, a polícia apreendeu drogas, dinheiro e celulares na operação.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, afirmou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira para falar sobre a Operação Sentinela, que, somente no mês de outubro, houve o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão, 26 indivíduos foram detidos em flagrante e foram cumpridos mandados de prisão de 19 indivíduos. Também foram apreendidas 43 armas e 505 munições.
A operação, realizada ao longo de todo o ano, já cumpriu, ao todo, 1.750 mandados de busca e apreensão. "Também prendemos 3.105 pessoas, detivemos 1.718 indivíduos. Presas em flagrante, foram 1.408 pessoas, e apreendemos 637 armas e 14 mil munições", afirmou Caus.
Os artefatos explosivos que assustam os moradores da Grande Vitória são fruto da disputa pelo tráfico de drogas, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Eles são usados na luta entre facções rivais e servem tanto para atacar adversários na disputa por territórios quanto para demonstrar poder.
De acordo com o secretário Alexandre Ramalho, os materiais são encontrados em locais onde há forte presença de grupos de traficantes. São explosivos artesanais, improvisados, que os próprios criminosos fabricam ou compram de alguém que produz.
O que torna a situação ainda mais perigosa para a população é o fato de que o uso de explosivos é cada vez mais frequente e os bandidos não parecem ter muito conhecimento sobre como detoná-los. “Temos percebido aumento de apreensões e um descuido disso em determinados locais. São explosivos que não detonaram por desconhecimento deles. Às vezes não sabe nem qual é o mecanismo de acionamento deles. É extremamente perigoso nas mãos de pessoas inadequadas”, afirmou Ramalho, em entrevista recente sobre o assunto.
Segundo um integrante do Esquadrão Antibombas, que não quis se identificar, os artefatos são usados para intimidar, causar pânico, em uma estratégia que se assemelha ao terrorismo. “Eles querem causar pânico e sensação de insegurança, tanto na população quanto nos rivais. O risco é de todo mundo, mas a destinação deles é a guerra do tráfico”, disse.
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