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Os bastidores da prisão do padrasto acusado de estuprar menina no ES

Os bastidores da prisão do padrasto acusado de estuprar menina no ES

Homem foi encontrado em um matagal de difícil acesso por policiais militares, em Ecoporanga. Ele levou comida, café e cobertores para ficar escondido no local

Publicado em 18 de maio de 2021 às 17:04

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Homem foi preso escondido no meio do mato
Homem foi preso escondido no meio do mato . (PMES/ Divulgação )

Uma operação especial precisou ser montada para prender o homem de 43 anos acusado de estuprar e agredir a própria enteada de seis anos em Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo. O criminoso estava em uma área de difícil acesso e chegou a levar café e alimentos para o local. O policial militar que comandou os trabalhos conversou com a reportagem de A Gazeta e revelou os detalhes da ação.

O suspeito estava em uma área de matagal na localidade de Córrego do Beirador e foi localizado na manhã do último domingo (16). Segundo o Sargento Carnielli, as buscas começaram logo que a situação foi descoberta, na última sexta-feira (14). Equipes da PM e da Polícia Civil estiveram no local, com um mandado de prisão, mas não encontraram o homem no dia que o crime foi revelado. 

Os trabalhos seguiram durante todo os dias seguintes e a prisão dele foi realizada com o auxílio de denúncias, que informaram a direção em que o homem tinha entrado. Vejas os detalhes do trabalho.

OPERAÇÃO SEM VIATURAS

O militar revelou que o local onde o acusado estava escondido era alto e possibilitava que o criminoso visualizasse quem se aproximava. Por isso, as equipes resolveram entrar na mata sem usar viaturas para fazer a prisão.

Na manhã de domingo, cinco policiais foram até o local e conseguiram encontrar o suspeito. “Até ele ficou surpreendido com a nossa chegada, já que estava monitorando a estrada e não percebeu a aproximação, já que não utilizamos viatura”, contou o Sargento Carnielli.

Padrasto que estuprou enteada preso em Ecoporanga
Padrasto foi localizado em local de mata . (PMES/ Divulgação )

A PRISÃO

O policial revelou ainda que o homem não ofereceu resistência ao trabalho dos militares e disse que não tinha envolvimento com o crime no momento em que foi preso. O sargento contou que o criminoso tinha levado alimentos, café e cobertores para a mata, dando indícios que pretendia ficar mais tempo na região. 

estupro
Padrasto levou cobertores e alimentos para o local. (PMES/ Divulgação)

HISTÓRICO DE CRIMES

A Polícia Civil afirmou que o homem tem passagem por violência doméstica contra os próprios pais e por envolvimento com drogas. Segundo a Secretaria da Justiça (Sejus), ele já tinha sido preso outras vezes entre dezembro de 2014 e agosto de 2020. O homem está na Penitenciária Estadual de Vila Velha 5.

MÃE PRESA

A mãe da menina foi presa ainda no hospital. A Polícia Civil afirmou que, em depoimento, a mulher confessou que as agressões contra a vítima ocorreram na quinta-feira (13), versão que coincide com os hematomas e lesões relatados pela equipe médica:

“A mãe também confessou que em data pretérita, não precisando o dia, a criança teria aparecido com a roupa cheia de sangue, mas não denunciou o estupro à polícia”, afirma o texto. A mulher foi levada para o Centro de Detenção Provisória de Colatina.

Padrasto que estuprou enteada preso em Ecoporanga
A mãe da menina também foi detida. (Redes Sociais )

O CASO

Na última sexta-feira (14), por volta das 2h40 da manhã, uma criança de 6 anos, acompanhada da mãe, deu entrada em um hospital de Ecoporanga, com lesões pelo corpo e crises convulsivas. Devido ao grave estado de saúde, a menina foi encaminhada para Barra de São Francisco. No hospital do município, o médico suspeitou que ela tivesse sido vítima de abuso sexual. Posteriormente, ela foi levada ao Hospital Infantil de Vitória.

Segundo informações da TV Gazeta Noroeste, a menina teve a morte cerebral confirmada na tarde deste domingo (16). O pai autorizou a doação dos órgãos da criança. Até que a cirurgia de retirada dos órgãos seja feita, ela continua ligada a aparelhos no Hospital Infantil de Vitória.

O delegado que está à frente das investigações, Leonardo Forattini, pediu à Justiça que não autorize a doação dos órgãos da menina antes que ela faça os exames que vão apontar a causa da morte e comprovar o abuso sexual. Segundo o delegado, esses exames são importantes para o inquérito e a falta dessas informações podem mudar o indiciamento do padrasto e também da mãe da criança. A situação ainda não foi definida.

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