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Os detalhes da perícia criminal sobre criança morta no ES

Os detalhes da perícia criminal sobre criança morta no ES

Exames feitos pela Polícia Científica comprovaram que menino de 3 anos deixado morto em Pronto Atendimento foi estuprado e havia cocaína no sangue; mãe e o padrasto foram presos

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 16:03- Atualizado há 6 horas

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A equipe de perícia da Polícia Científica revelou nesta quarta-feira (4) detalhes das análises que permitiram identificar que uma criança de 3 anos deixada morta em um Pronto Atendimento de Cariacica, foi, na verdade, assassinada. Conforme já noticiado por A Gazeta na terça, os laudos apontaram que o pequeno Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa sofreu um série de atos violentos — entre agressões e estupro — e ainda foi constatada a presença de cocaína no sangue dele.

INFORMAÇÃO AOS LEITORES | O vídeo na íntegra com as falas dos especialistas está na abertura desta reportagem. Quem preferir, pode se informar por texto no resumo abaixo.
Thaís Candido Pedrosa (à esquerda) e Fábio Santos da Silva (à direita) estão presos pela morte do pequeno Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa, de 3 anos e 7 meses
A mãe Thaís Candido Pedrosa e o padrasto Fábio Santos da Silva foram presos pela morte do pequeno Davy. (Montagem | Polícia Civil | Redes sociais)

RESUMO DO VÍDEO

  • As primeiras análises ocorreram ainda no dia da morte, 17 de setembro, quando o corpo de Davy foi levado ao IML com sinais externos de violência. O menino apresentava diversas lesões pelo corpo além de marcas arroxeadas, em especial na região da cabeça. Mesmo assim, a causa da morte somente seria identificada por meio de análises mais profundas, explicou o médico-legista Renan Barreto da Silva Caminha. Outros exames identificaram que o menino tinha dois ossos do braço esquerdo fraturados, próximo ao punho.

  • Na cavidade torácica da criança foram constatadas lesões e, posteriormente, foi identificado que o menino morreu em decorrência de uma hemorragia aguda, provocada pelo rompimento do fígado, possivelmente por agressões nas costas. "Essa foi a análise preliminar, mas, seguindo os procedimentos padrões, fizemos análises de sangue e urina", explicou Caminha.

  • A perita oficial criminal Mariana Dadalto Peres, do Laboratório de Toxicologia Forense, informou que foram encontrados vestígios de entorpecente no sangue de Davy. “Fizemos análises, uma pesquisa de álcool, drogas e medicamentos e foi positivo para cocaína. É uma substância que não é esperada no sangue de criança. Isso indica que houve um consumo, mas não dá para saber como isso ocorreu (se de forma acidental pela criança ou ministrado por terceiros)", explicou. A perita esclareceu ainda que a droga encontrada no organismo da criança estava em uma concentração não letal. Isto é, a cocaína não foi realmente responsável pela morte de Davy.

  • Diante do cenário de violência, a perita oficial criminal Luciana Nogaroli, do Laboratório de Biologia Forense, solicitou uma pesquisa de sêmen no corpo da criança e foi identificada a presença de PSA — uma proteína presente em sêmen — na região anal da vítima. No entanto, não foi possível determinar se o estupro ocorreu no dia da morte, ou antes disso.

  • Em paralelo aos exames no corpo do menino, teve início o trabalho de perícia na residência da família. Segundo o perito oficial criminal Onésio Barbosa, do Departamento de Perícias Externas, o que chamou atenção da perícia inicialmente foi a presença de várias pedras de crack que poderiam enganar uma criança por parecer bala. "Foram dois dias de perícia no local. Mais de cinco horas no primeiro dia e 10 horas no segundo”, finalizou Barbosa.

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