A compra de um carro e a mudança completa de apartamento fizeram com que Eduardo Barbosa de Oliveira, de 43 anos, e a esposa Paloma Duarte Tolentino, 28, fossem descobertos. Os dois foram presos na segunda-feira (18) suspeitos de furtarem R$ 1,5 milhão da Agência Estilo do Banco do Brasil, na Praia do Canto, em Vitória, em 14 de novembro, onde o homem preso trabalhava. Ele é funcionário concursado do Banco da instituição há 12 anos e atuava como gerente de módulo, cargo equivalente ao de tesoureiro.
Porém, antes de finalizarem o plano - que era mudar para Uruguai - os dois acabaram detidos pela Polícia Rodoviária Federal na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, já quase no país vizinho. Um dos erros principais foi a compra de um Jeep Renegade com o dinheiro do crime e colocado no nome de Eduardo no dia do furto.
Foi com esse automóvel que o casal fugiu. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21), a Polícia Civil explicou que os dois fatores levantaram a suspeita que Eduardo seria o autor do furto. Ao todo, os agentes contabilizaram R$ 763.438, € 70.700,00 (euros) e US$ 41.940,00 (dólares) com o casal.
“A gerente achou estranho porque ele faltou na segunda-feira e estava incomunicável desde sexta-feira (que era feriado). O dinheiro que compraram o carro era nitidamente do banco devido às fitas nas cédulas. Assim entramos em contato com a Polícia Rodoviária Federal, que identificou o veículo três horas depois que as investigações começaram”, contou o delegado Gabriel Monteiro, chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e titular da Delegacia Especializada de Roubo a Banco (DRB), delegado Gabriel Monteiro.
Além disso, dois dias após o crime, ainda na Capital do Espírito Santo, os dois fizeram toda a mudança de onde moravam. Testemunhas contaram à polícia que um caminhão esteve no local e a família levou tudo que estava no imóvel, inclusive os animais de estimação.
A decisão tornou mais evidente para a corporação civil a possibilidade de envolvimento no crime. “Com todo o material, não resta dúvida que a intenção (do funcionário) era fugir”, afirmou Monteiro.
A participação do funcionário foi confirmada nas gravações de videomonitoramento do banco (veja acima). Nelas, é possível ver ele com caixas de dinheiro saindo do local. Por trabalhar há 12 anos, ele era uma pessoa de confiança e por isso não levantou suspeitas até segunda-feira seguinte (18), primeiro dia útil após o feriado de Proclamação da República, na sexta-feira (15) anterior, conforme a corporação.
Na sequência, os dois seguiram para o Sul do país, onde terminaram presos após abordagem. Segundo o superintendente da PRF/ES, Wemerson Pestana, o dinheiro estava todo no carro embaixo do estepe, no porta-malas.
“Ele andou mais de 2 mil quilômetros. A audácia do casal é grande porque eles transitaram em via federal com muito dinheiro, podendo até ser vítima de um roubo. A mulher chegou a confessar", explicou o superintendente.
Depois de tirar o dinheiro desejado do cofre, Eduardo alterou a senha da caixa metálica, de acordo com a PC. Agora, será investigado se ele já furtou outras vezes.
“Talvez por ele ter conhecimento financeiro e se ele tem outras quantias, vamos investigar. Um dia depois do crime, ele ainda entregou R$ 20 mil a ex-mulher para quitar uma dívida”, contou Monteiro.
Ele foi autuado no Rio Grande do Sul por tentativa de evasão por divisas, quando se tenta sair com grande quantia sem declarar ao fisco. Ele também teve a prisão preventiva decretada. No Espírito Santo ele vai responder por furto continuado qualificado por abuso de confiança. A mulher acabou autuada pelos mesmos crimes, mas como participante.
Em nota, o Banco do Brasil informou que a área de segurança identificou o furto, comunicou às autoridades policiais e colaborou nas investigações que levaram à localização e prisão do funcionário.
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