Um homem de 24 anos foi agredido até a morte no meio da rua, com pedras e pedaços de madeira, após a enteada dele, uma menina de 11 anos, dizer para a irmã que foi abusada pelo padrasto algumas vezes desde o ano passado, na região da Grande Santo Antônio, em Vitória. As agressões aconteceram na noite de quinta-feira (27), na mesma região em que a família mora. Objetos utilizados no crime ainda estavam no local da ocorrência na manhã desta sexta-feira (28).
Os nomes dos envolvidos e do bairro onde ocorreu o crime não estão sendo divulgados para preservar a identidade da menina de 11 anos, por ela ser menor de idade, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
O fato teria acontecido após a menina de 11 anos, enteada do homem de 24 anos, contar para a irmã mais velha sobre os abusos. Segundo a vítima, ela teria sido estuprada pelo padrasto quatro vezes desde o ano passado. Segundo a irmã mais velha da garota, a criança estaria com machucados na boca e teria feito exames, que indicaram uma doença sexualmente transmissível.
De acordo com apuração do repórter André Falcão, da TV Gazeta, a família da menina descobriu a história. Houve, então, uma discussão entre o padrasto e um tio da menina na quinta-feira (27). A comunidade onde a família mora também ficou sabendo do ocorrido.
O homem pulou do segundo andar da casa na intenção de fugir, mas foi agredido até a morte por moradores no meio da rua. A Polícia Militar informou que, ao chegarem ao local, os policiais localizaram a vítima muito ferida, mas ainda respirando, e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorro. "No entanto, o homem de 24 anos acabou evoluindo para óbito ainda no local", explicou a corporação, em nota. A PM acionou a perícia e encaminhou o caso à Polícia Civil para investigação.
Segundo a irmã mais velha, o padrasto já havia sido agredido na região por agressões contra a mãe da menina de 11 anos. "Era muita porrada, muito medo", disse.
Procurada, a Polícia Civil disse que o corpo do homem foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
A mãe da menina de 11 anos saiu de casa após o crime na quinta-feira e voltou ao local na manhã desta sexta-feira (28). Ela não quis dar entrevista, mas negou que o companheiro, que foi linchado, tenha estuprado a filha de 11 anos.
Ainda conforme a Polícia Civil, o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória e disse que nenhum suspeito foi detido até a manhã desta sexta-feira (28). Apesar de questionada por A Gazeta, a corporação não informou se de fato o homem seria suspeito de estupro.
Também procurada, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que monitora o sistema prisional do Espírito Santo, informou que o homem de 24 anos já havia sido preso, e foi solto por meio de um alvará em março de 2022. No nome do indivíduo, há registros de entradas e saídas do sistema prisional desde 2018 pelos crimes de lesão corporal e tráfico de drogas.
A primeira versão desta matéria informava que o crime ocorreu em um bairro da Grande São Pedro, mas o correto é que o homem foi linchado na Grande Santo Antônio, outra região de Vitória. O texto foi corrigido.
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