Um homem de 30 anos foi preso suspeito de estuprar, torturar e manter em cárcere privado a enteada dele, uma menina de nove anos, em Barra de São Francisco, região Noroeste do Estado. A prisão ocorreu no último sábado (19), na zona rural do município, em cumprimento de mandado de prisão e contou com apoio do serviço reservado da Polícia Militar. O caso foi divulgado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (21).
Segundo o titular da 14ª Delegacia Regional, delegado Leonardo Forattini, o caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil por meio do Conselho Tutelar, no dia último dia 11 de novembro. A criança ficou internada no hospital por uma semana, por ter passado sete dias sem comida e água.
"A criança foi internada no hospital no dia 11 deste mês, e chegou desidratada, desnutrida, com pneumonia, cistite e faringoamigdalite ao local. Ela estava muito desnutrida, pois ficou privada de água e comida por vários dias. Nós instauramos inquérito no mesmo dia e procedemos à oitiva da avó. Havia também suspeita de que a criança estava sendo vítima de abuso sexual", contou o delegado.
Ainda conforme o delegado, a criança permaneceu hospitalizada e no dia 18 desse mês recebeu alta médica. "Nesse mesmo dia nós a levamos ao Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, onde ficou constatada a violência sexual, além do intenso sofrimento, físico e mental, a que foi submetida. Em razão da gravidade do fato, o médico enviou o laudo no mesmo dia, por volta das 23h. No dia seguinte, nesse sábado (19), representamos pela prisão preventiva do padrasto. O juízo de plantão decretou a prisão no início da tarde e minutos depois nós prendemos o padrasto, dentro da casa dele", acrescentou Forattini.
O suspeito foi detido, sem oferecer resistência, e encaminhado à Delegacia Regional de Barra de São Francisco, onde prestou depoimento e negou os crimes. Ele foi encaminhado ao presídio, onde permanece à disposição da Justiça.
As investigações continuam. "Vamos colher outros elementos para apurar melhor a conduta da mãe. Não sabemos exatamente por quanto tempo esses abusos vinham acontecendo. A vítima pouco falou, e apenas para as conselheiras. A menina está traumatizada como nunca vi antes. Vamos pedir o depoimento especial dela, que é feito por psicólogo do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES)", disse o chefe da delegacia, que ainda orienta que qualquer pessoa que tenha conhecimento de crimes como este acione o Conselho Tutelar ou traga o caso até o conhecimento da Polícia Civil, que adotará as providências necessárias
“Todas as pessoas do convívio da criança e do adolescente são responsáveis pela sua segurança e podem fazer denúncias caso constatem a violação de seus direitos. Agora este homem foi retirado do convívio da vítima e responsabilizado por seus atos hediondos", afirmou.
Os nomes dos envolvidos e do bairro onde o fato ocorreu não estão sendo divulgados para não expor a vítima, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad - Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990).
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