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Pai de juiz Alexandre sobre morte de Cabeção: 'Ele recebeu o que mereceu'

Pai de juiz Alexandre sobre morte de Cabeção: "Ele recebeu o que mereceu"

Publicado em 28 de junho de 2020 às 19:58

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Juiz Alexandre Martins, assassinado em 2003
Juiz Alexandre Martins, assassinado em 2003. (Arquivo /TV Gazeta)

Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, foi executado a tiros dentro de uma BMW neste domingo (28), em Itapoã, Vila Velha

Após a confirmação da morte de Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, neste domingo (28), homem envolvido no assassinato do juiz Alexandre Martins, ocorrido em 2003, o pai do magistrado comentou o ocorrido.

O advogado, também Alexandre, disse que "todo óbito é lamentável, o dele também, mas ele recebeu o que no final mereceu por toda a vida que ele teve".

Pai do juiz morto em 2003
Alexandre Martins de Castro, pai de juiz morto em 2003. (Carlos Alberto Silva/arquivo)

Para Alexandre Martins de Castro, o assassino do próprio filho sofreu com as mesmas armas que aplicou nos outros. "Aparentemente ele estava envolvido em um assassinato ocorrido hoje mesmo (28). Era um traficante, matador. A prisão não serviu em nada para ele, em termos de ressocialização. Com o currículo criminal que ele tinha e com a gravidade da participação que teve no assassinato do meu filho, não deveria ter estado na rua. A Justiça com 'j' minúsculo deixou ele sair. Às vezes é feita a justiça por vias tortas, ele voltou para o Estado e estava na rua. Eu lamento a morte de qualquer um, mas lamento que ele não tenha pagado mais pela morte do meu filho", disse.

"MAIS DE 17 ANOS E UM DOS ACUSADOS DE MANDO AINDA NÃO FOI JULGADO"

A respeito do crime que levou o filho Alexandre, o advogado lamentou que, após mais de 17 anos, um dos acusados de mando ainda não tenha sido julgado.

"Não foi julgado porque está sendo protegido pela Justiça, por ter sido juiz também. Lamento muito que isso aconteça. Lamento também esse sentimento corporativista. Lamento muito mais que tenha sido assassinado um juiz e que não tenha sido feita justiça por completo até o momento. Só agradeço que não tenhamos deixado o caso cair em esquecimento", finalizou.

FERNANDO CABEÇÃO É ASSASSINADO EM ITAPOÃ

Carro onde Fernando Cabeção foi executado
Carro onde Fernando Cabeção foi executado. (Internauta)

Fernando de Oliveira Reis foi baleado dentro de um veículo de luxo neste domingo (28), em Itapoã, Vila Velha. De acordo com informações da Polícia Militar, consta do boletim de ocorrência que a vítima estaria envolvida em outro homicídio ocorrido também hoje (28), pela manhã, no bairro Divino Espírito Santo, no mesmo município.

Segundo a Polícia Civil, a ocorrência está em andamento no Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda não há informações sobre a investigação e se há detidos.

O CASO ALEXANDRE MARTINS

A execução aconteceu por volta das 7h45 do dia 24 de março de 2003. Alexandre Martins saiu de casa para praticar exercícios em uma academia, no bairro Itapoã, em Vila Velha. Quando retornava para casa, acabou sendo surpreendido por dois bandidos de moto. Um deles desceu do veículo, armado com uma pistola calibre 765, foi em direção ao juiz e atirou duas vezes. Os disparos acertaram Alexandre no braço e no peito. Ele tentou correr, mas o criminoso apertou o gatilho mais uma vez, para decretar a morte do homem que era o símbolo da luta contra o crime organizado na época.

Fernando Cabeção foi condenado intermediar morte do juiz Alexandre Martins
Fernando Cabeção foi condenado por intermediar morte do juiz Alexandre Martins . (reprodução/aquivo TV/Gazeta)

O responsável por matar o juiz foi Odessi Martins da Silva Júnior, o Lumbrigão. Junto com ele, na moto, estava Giliarde Ferreira de Souza. Os dois foram condenados e cumprem pena até hoje, sendo o assassino em regime semi-aberto, desde dezembro do ano passado e, o segundo, no aberto.

O coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, e o empresário e ex-policial civil Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, são os outros dois homens apontados, junto com o juiz Leopoldo, de serem os mandantes da morte de Alexandre. Calú foi inocentado pelo júri, em julgamento realizado no dia 30 de agosto de 2015. Ferreira foi o único condenado, nesse mesmo dia, por planejar a execução e cumpre pena na cadeia do Quartel da PM, em Maruípe. O juiz Antônio Leopoldo também é apontado como envolvido no crime.

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Os outros envolvidos e condenados por atuarem como intermediários no assassinato de Alexandre Martins foram Fernando de Oliveira Reis, o Cabeção, Heber Valencio, Leandro Celestino dos Santos, o Pardal, Ranilson Alves da Silva e Andre Luiz Barbosa Tavares, o Yoxito.

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