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Pai de menina assassinada é preso por extorquir R$ 300 mil de amigo

Pai de menina assassinada é preso por extorquir R$ 300 mil de amigo

O montador de móveis Vandercley Silva do Nascimento, 39 anos, foi preso em casa, na Serra, na manhã desta terça-feira (08)

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 19:07

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Vandercley Silva do Nascimento vai responder por extorsão. (Divulgação/PCES)

O pai da adolescente encontrada morta na Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória, em setembro deste ano, foi preso nesta terça-feira (08) acusado de extorquir R$ 300 mil de um amigo. Segundo a polícia, o montador de móveis Vandercley Silva do Nascimento, 39 anos, fingiu ser delegado, advogado, promotor e juiz para ameaçar um engenheiro de 66 anos.

O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, delegado Brenno Andrade, explicou que em 2016, Vandercley disse ao amigo que teve o celular roubado. Para recuperar o aparelho, o montador de móveis teria pago uma quantia em dinheiro para um delegado da Polícia Civil. Na abordagem policial, o delegado teria matado dois criminosos.

“Vandercley explicou ao amigo que em função dessa suposta morte desses criminosos, se iniciou um processo criminal contra o delegado. Por tal motivo, Vandercley teria que pagar o delegado uma quantia para aliviar o promotor e o juiz de direito: ou seja absolver o delegado”, explicou o titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos.

Como argumento para extorquir o engenheiro, Vandercley teria dito ao amigo que o celular continha mensagens que indicariam que o engenheiro poderia responder por um crime de pedofilia. A vítima ficou com medo quando o suposto delegado do caso começou a entrar em contato via mensagens de Whatsapp.

“A vítima começou a ser ameaçada. As mensagens recebidas indicavam que o tal delegado sabia onde a família dele morava, onde os filhos estudavam, além de ameaças de todo tipo. Inclusive, o suposto delegado postava fotos com a família da vítima. Ele achou por bem depositar”, disse Brenno.

ADVOGADO

No decorrer do tal processo criminal, o engenheiro foi informado que o delegado com quem ele mantinha contato havia morrido. Segundo a polícia, Vandercley se passa por advogado do homem falecido. Alegando representar o delegado morto, ele mantém a exigência do pagamento e as ameaças contra a vítima.

“O advogado entrou na história afirmando que o delegado era cliente dele. Ele exigia dinheiro até para, supostamente, resolver questões no Rio de Janeiro. Depois ainda entraram na história um promotor de Justiça e um juiz de Direito. Todos tinham discursos semelhantes. Era uma coisa absurda, tomada por ameaças”, enfatizou o delegado.

DENÚNCIA

O delegado informou que os depósitos eram realizados em contas bancárias indicadas pelos personagens, supostamente, criados pelo montador de móveis. A polícia não revelou os valores dos depósitos e nem a periodicidade dos pagamentos. Os depósitos eram feitos nas contas de banco que pertencem a amigos do montador de móveis.

“Os depósitos eram feitos de forma pulverizada. O acusado não vivia ostentando bens ou viagens. Certamente, o dinheiro cobria algum luxo, mas servia para pagar gastos pessoais. Vamos investigar se os responsáveis pelas contas sabiam que a origem do dinheiro era ilícita ou se só emprestavam a conta”, ponderou o delegado.

PRISÃO

Em junho deste ano, o engenheiro denunciou o caso à Polícia Civil. Na delegacia, ele apontou Vandercley como um dos suspeitos. Na manhã desta terça-feira (08), a Polícia Civil cumpriu mandado de prisão temporária e de busca e apreensão na casa de Vandercley, no bairro Jardim Tropical, na Serra.

“Não tinha imagem de pedofilia. A vítima ficou com medo porque o acusado começou a ameaçar a família. Não se sabe nem se teve telefone roubado. Essa história o Vandercley criou. Em 2019, o engenheiro contabilizou um prejuízo de R$ 300 mil. Ele não suportou contou a família e denunciou o crime”, destacou.

Segundo titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, Vandercley confessou o crime. Ele será indiciado pelo crime de extorsão. Na tarde desta terça-feira (08), o montador de móveis será transferido para o Centro de Triagem de Viana (CTV).

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