Há um ano meu irmão veio de Linhares e me pediu ajuda. Agora, ele atirou à queima roupa na testa do meu filho. Esta fala é de Adelias Vieira dos Santos, delegado aposentado da Polícia Civil, que perdeu o filho, Jackson Rodrigues da Costa, de 35 anos, nesta terça-feira (14). A vítima, segundo a Polícia Militar, foi assassinada pelo tio, um agente aposentado da PC. O crime aconteceu no local onde os dois moravam, no bairro da Glória, em Vila Velha.
De acordo com Adelias, o irmão saiu do Norte do Estado ao ser ameaçado por criminosos, depois de afirmar que iria atrás das pessoas responsáveis pelo assassinato do próprio filho. Eu dei apoio a ele e o coloquei em uma das casinhas que tinha de herança. Desde então, ele só arrumou problemas para a minha família, contou.
Na saída da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, ele também confirmou a versão de que o assassinato aconteceu após uma discussão a respeito do local onde o lixo deveria ser descartado.
Uma testemunha chave disse que meu filho ouviu o tio dizendo que iria colocar o lixo na frente da casa. Por causa disso, o meu filho falou que não era para fazer isso porque não era o correto. Os dois, então, começaram a discutir e se agredir fisicamente. De repente, meu irmão sacou uma pistola e matou o meu filho, explicou.
A triste notícia chegou para ele por meio de um telefonema da filha, durante a manhã. Ela me ligou desesperada, contando o que havia acontecido. Na mesma hora, fui até o local e me deparei com aquela cena, aquela tragédia, disse emocionado.
No terreno onde aconteceu o crime há mais de 20 pequenas casas que compartilham uma mesma entrada e garagem local este em que, mais especificamente, ocorreu o homicídio. De acordo com o pai da vítima, Jackson e o tio já haviam discutido outras vezes, por causa da convivência neste mesmo ambiente.
Com a morte do meu pai, os meus filhos passaram a tomar conta do espaço e a família do meu irmão tinha um comportamento inadequado. Eles faziam gatos de energia e de água. Meu irmão também tinha um carro grande e estacionava de qualquer jeito, o que gerava ainda mais problemas, detalhou Adelias.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da DHPP de Vila Velha e oitivas e diligências estão em andamento. Outras informações não foram repassadas para que a apuração dos fatos seja preservada.
A PC também explicou que a ocorrência não será encaminhada à Corregedoria, uma vez que o órgão só preside investigações sobre condutas de policiais na ativa, o que não é o caso do agente aposentado Adilau Vieira da Costa, tio do homem assassinato.
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