A Polícia Civil prendeu, no fim da tarde desta segunda-feira (30), Alex Seraphim dos Santos, de 29 anos, e Yara Miguel Aguiar, de 22 anos, pai e a madrasta de Isack Miguel Felizardo dos Santos, de 2 anos, encontrado morto dentro de casa no bairro El Dourado, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, na manhã da última quarta-feira (25). Após laudo cadavérico concluir que a causa da morte do menino foi traumatismo craniano, o delegado à frente do caso pediu a prisão preventiva do casal, e o pedido foi acatado pela Justiça.
“Durante as diligências, descobrimos que as agressões ocorriam diariamente e que a criança chegou a ser internada oito vezes. Fato este que foi comprovado com o resultado do exame cadavérico”, contou o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Mateus, delegado Isaac Gagno.
Após o cumprimento do mandado de prisão preventiva, o casal foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de São Mateus. Segundo a Polícia Civil, Alex e Yara serão indiciados por crime de homicídio com dolo eventual. A corporação não informou detalhes para esclarecer o porquê do indiciamento por dolo eventual.
No dia em que o menino foi encontrado morto, Yara acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirmando que não conseguia acordar o enteado. Segundo relatório do atendimento, a morte foi constatada ainda no local, e Isack apresentava traumas em partes do corpo, como cabeça, braço, tórax, no rosto, olhos e boca.
Na casa, viviam o casal e três crianças — Isack e o irmão dele, de 9 anos (filhos de Alex), e uma menina de 4 anos, filha de Yara. Na ocasião, de acordo com registro da ocorrência, um policial militar reparou que o irmão do menino que morreu também apresentava lesões, uma no pescoço e outra no olho. Testemunhas informaram para a Polícia Militar que viam, constantemente, a mulher agredindo as crianças. O Conselho Tutelar foi acionado e recolheu as duas crianças.
Na ocasião em que Isack foi encontrado morto, o pai do menino, em relato à Polícia Militar, disse que estava trabalhando quando foi avisado sobre a morte do filho, e que a criança estava com vida quando ele saiu de casa. A madrasta do menino contou aos policiais que por volta de 9h desta quarta-feira, ao tentar acordar o enteado como de costume, ele não respondeu. Ela retirou a coberta de cima dele e o viu com lábios pálidos.
No dia seguinte ao ocorrido, o pai e a madrasta da criança prestaram depoimento na Delegacia Regional de Linhares, que investiga o caso. Na ocasião, em relato à repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte, o casal afirmou que o menino era agitado e que os machucados, que constam no relatório de atendimento do Samu, não são de maus-tratos.
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