> >
Pai é preso por matar filha a pauladas após reclamação escolar em Cariacica

Pai é preso por matar filha a pauladas após reclamação escolar em Cariacica

Welington Caio Nogueira, de 28 anos, confessou o crime e disse que matou a menina de 8 anos porque ela não teria feito o dever de casa

Cariacica

Publicado em 12 de abril de 2025 às 10:49

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Welington Caio Nogueira, pai de Ana Victória, matou a própria filha com socos e pauladas
Welington Caio Nogueira, pai de Ana Victória, matou a própria filha com socos e pauladas. (Reprodução)
João Barbosa
Repórter / jbarbosa@redegazeta.com.br

Uma criança de oito anos foi morta com socos e pauladas dadas pelo próprio pai no bairro Itaquari, em Cariacica, na noite de sexta-feira (11). O motivo, segundo o homem, que confessou o crime, foi o fato de a filha Ana Victória Silva dos Santos não ter feito o dever de casa e por estar “bagunçando e usando palavras ofensivas”. Welington Caio Silva Nogueira, de 28 anos, foi preso em flagrante pelo assassinato.

A filha ainda teria sido agredida na noite de quinta-feira (10) e voltou a ser alvo do pai na sexta, quando precisou ser socorrida ao Pronto Atendimento de Alto Lage, onde chegou desacordada e com sinais visíveis de agressão. Segundo a Polícia Militar (PMES), o pai da menina confessou que bateu na filha com socos e com golpes utilizando um pedaço de madeira, principalmente na região da costela e da cabeça.

Com a série de agressões, na sexta-feira, a criança apresentou dificuldade respiratória, momento em que Welington decidiu levar a menina até a unidade de saúde. Ainda de acordo com a Polícia Militar, a madrasta da criança alegou que chegou a ouvir as agressões, mas que não interveio.

Ana Victoria Silva dos Santos, de oito anos, morta pelo pai com golpes na cabeça e na costela
Ana Victoria Silva dos Santos, de oito anos, morta pelo pai com golpes na cabeça e na costela. (Arquivo pessoal)

“Segundo ela [a madrasta], o pai levou a filha para o quarto após a criança ter recebido um bilhete de reclamação da escola, e ali ocorreram as agressões. Percebendo a gravidade da situação, ambos decidiram levá-la ao PA, onde foi atestado o óbito da menina. O Conselho Tutelar acionou os militares e, com apoio da viatura, deslocou-se até a residência do indivíduo. No local encontrava-se o outro filho do autor, também de 8 anos. Ele foi acolhido pelos conselheiros tutelares e encaminhado a um abrigo”, informou a polícia, em nota enviada à reportagem de A Gazeta.

O conselheiro tutelar de Cariacica Marcos Paulo Fonseca pontuou que o irmão de Ana Victória relatou que também era agredido pelo pai. E que, durante busca nos documentos na residência da família após o crime, foi encontrado um receituário da menina que comprovava TDAH e autismo também.

Já segundo a Polícia Civil (PCES), o homem foi conduzido à Delegacia Regional de Cariacica, onde foi autuado em flagrante por homicídio qualificado contra pessoa menor de 14 anos e com aumento de pena pelo fato de ser o tutor da vítima. Com a prisão, Welington foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

A madrasta, por sua vez, foi ouvida e liberada “já que a autoridade policial não identificou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante naquele momento”, informou a PC, também em nota.

Segundo a defesa da mulher, na delegacia, a madrasta da criança teria demonstrado "muito medo do companheiro, por isso não conseguiu intervir no momento das agressões". Também em nota enviada à reportagem, o advogado da mulher alegou que "desta forma, o delegado, entendendo que ficou demonstrado que ela não agiu com conduta dolosa ou omissiva, a liberou. Assim, estaremos aguardando o andamento do processo e ela se coloca à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida", destacou.

Mãe não foi localizada

Em conversa com a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, o Conselho Tutelar informou que criança morava com o pai e com um irmão gêmeo há três meses. A mãe das crianças, que ainda não foi localizada, seria de Minas Gerais e estaria passando por problemas pessoais, por isso os filhos estavam com o pai no Espírito Santo.

Para a liberação do corpo da criança no IML, uma avó paterna precisou sair de Itueta, no interior de Minas Gerais, de onde viaja até o Estado para ser a responsável pelos trâmites de velório e enterro.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais