O autor do atentado que já deixou quatro pessoas mortas e mais de 10 feridas no ataque a duas escolas em Aracruz, na manhã de sexta-feira (25), é um adolescente de 16 anos, filho de policial militar e, conforme levantamentos iniciais da investigação do caso, planejava o crime havia dois anos.
Após ser detido, ele confessou o crime. Ele usou uma arma da Polícia Militar, que pertencia ao pai, e outra particular para atirar em professores e alunos. O nome dele não está sendo divulgado por se tratar de um menor de idade, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
Na roupa camuflada que o adolescente vestia durante o ataque, havia ainda uma braçadeira com símbolo nazista. As informações foram passadas pelo delegado João Francisco Filho, superintendente da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), durante coletiva de imprensa com o governador Renato Casagrande, que se deslocou até o município para acompanhar os desdobramentos do caso.
"Ele planejava isso havia dois anos e, no dia de hoje (25), colocou em prática. Pegou o carro do pai, tampou a placa, praticou o ato na escola, retornou para casa e depois saiu. A família tinha uma segunda casa no município (onde o adolescente foi encontrado)", destacou João Francisco Filho.
O atentado foi praticado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), da rede particular do município. Três pessoas baleadas morreram na sexta-feira e uma vítima que estava internada faleceu no sábado (26).
O secretário estadual da Educação, Vitor de Angelo, contou que o adolescente era ex-aluno da Primo Bitti, de onde saiu, a pedido, para outra unidade de ensino. A transferência foi feita em junho com a anuência da mãe, segundo Vitor, mas não houve esclarecimentos por parte da família para o motivo da mudança.
Na ficha do adolescente na escola, ainda de acordo com o secretário, não havia nenhum registro de conflitos que, eventualmente, pudessem indicar a motivação para o ataque. As anotações existentes eram apenas da rotina escolar de um aluno.
Questionado sobre a relação do adolescente com o centro educacional onde também atacou professores e alunos, Vitor disse que, num contato preliminar com a instituição, a informação passada foi que o atirador não estudava no local.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, afirmou que, com a detenção do autor dos ataques, a investigação prossegue para tentar estabelecer motivação e, particularmente, identificar se havia relações do adolescente com grupos extremistas, considerando que usava uma braçadeira com uma suástica. Casagrande ressaltou o uso do símbolo nazista.
"A investigação que vai dizer, mas estamos destacando a existência do símbolo. Alguns jovens têm interação, comunicação com grupos violentos e até nazistas do mundo todo", frisou o governador, na coletiva.
O secretário estadual da Segurança Pública, coronel Márcio Celante, afirmou que o adolescente entrou primeiramente na Escola Primo Bitti, quebrando o cadeado e invadindo a sala de professores. Lá, ele atirou em 11 pessoas: duas professoras morreram no local, Cybelle Passos Bezerra, 45 anos, e Maria da Penha Banhos, 48. Uma terceira morreu no dia seguinte, no hospital: Flávia Amboss Merçon Leonardo, 38 anos.
Após o primeiro ataque, o atirador entrou em um veículo do modelo Renault Duster, de cor dourada, com as placas cobertas, e foi para o centro educacional, a cerca de um quilômetro de distância da instituição estadual. Na escola particular, o criminoso atingiu três pessoas e uma aluna morreu. A vítima é Selena Sagrillo Zuccolotto, de 12 anos.
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