Há 12 dias sem notícias do filho Ravi Pinheiro de Carvalho Pinho, de 10 meses, a mãe, Patrícia Paula Bull, de 27 anos, não tem conseguido trabalhar. No dia 18 deste mês, o menino foi raptado pelo próprio pai e ex-companheiro, Rodrigo de Carvalho Pinho, de 38 anos, em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Estado. Após registro de Patrícia, as investigações, que estavam a cargo da Delegacia de Santa Maria de Jetibá, foram transferidas para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Vitória e um mandado de prisão foi expedido contra Rodrigo, que é considerado foragido.
Segundo a Polícia Civil, as buscas por Ravi e Rodrigo continuam, mas outras informações não serão passadas para não atrapalhar as investigações. Para Patrícia, a mobilização das autoridades para encontrar o filho ainda é lenta.
Não tenho nenhuma novidade. Falaram hoje que vão investigar, mas amanhã é sábado, tem o feriado e tudo fica parado. Pedi o rastreamento das contas dele, do celular, mas ainda estamos aguardando a Justiça, relata a mãe que esteve nesta sexta-feira (26) em Vitória.
A advogada Bruna Bausen Prochnow acredita que o caso passe agora a ser investigado pela delegacia especializada e o processo, ainda por Santa Maria de Jetibá. Estamos recorrendo a tudo, à Deus e ao mundo. As pessoas em Santa Maria estão orando, pois é uma situação muito complicada, conta Prochnow.
Já são nove dias sem informações do filho Ravi. Patrícia acredita que Rodrigo possa até ter voltado ao Espírito Santo e esteja abrigado em algum hotel. Ele pode estar no Estado mesmo, pois precisa dar comida, comprar fraudas para o menino. Não acho que ele esteja com a mãe ou irmã, pois não confia em ninguém. Nem a mãe ele deixou que pegasse o menino no colo, conta Patrícia.
Ainda segundo Patrícia, Rodrigo possuía investimentos em moedas virtuais e passaporte. Tenho medo que ele possa até matado o menino. Ele achava que o filho era dele, que poderia fazer o que quiser. Ele tem sentimento de possessão pela criança. Estou perdendo as esperanças. Não estão fazendo quase nada. A cada dia é uma dor que é impossível imaginar, afirma a mãe.
O CASO
Patrícia mora com a mãe, o irmão e a filha mais velha do primeiro casamento, na zona rural de Santa Maria de Jetibá. Ela tinha uma união estável com Rodrigo, com quem teve o Ravi. O pai fazia visita à criança e aproveitou um momento de distração para levar o bebê, que estava sob os cuidados da avó.
O relacionamento com Rodrigo era conturbado e durou menos de dois anos, segundo Patrícia. No terceiro mês de gravidez, ela procurou a polícia e denunciou o companheiro, dizendo que estava sofrendo agressões psicológicas e físicas, além de ameaças de morte. Patrícia chegou a fazer três boletins de ocorrência.
Há cerca de um mês, Patrícia conseguiu uma medida protetiva, fato que deixou Rodrigo revoltado. Após raptar o filho, o ex-companheiro deixou um bilhete na cama dela dizendo para ela não se preocupar e que jamais aceitaria ficar sem o filho. E, que se ela retirar o pedido na Justiça poderia voltar. No outro dia, mandou uma mensagem no celular ameaçando se matar e matar o filho, caso eles se separassem.
A mãe foi até o local com um mandado de busca do filho, mas não conseguiu trazer Ravi para casa. O mandado não foi cumprido por que a conselheira tutelar se recusou a acompanhar a busca. Foi solicitado a busca novamente ao juiz, para a dispensa do conselho tutelar. Foi quando ele deferiu que poderia ser acompanhado por um comissário da infância e juventude, mas nesse meio tempo, Rodrigo fugiu.
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