Um empresário capixaba, que mora nos Estados Unidos, é suspeito de enviar peças de fuzis do país norte-americano para abastecer o tráfico de drogas no Espírito Santo. Os fuzis seriam entregues aos traficantes da região da Ilha do Príncipe, também na Capital. As investigações fazem parte da Operação Desmonte, de combate ao tráfico internacional de armas de fogo.
As peças chegavam no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e eram remetidas para o Aeroporto de Vitória escondidas em andadores, churrasqueiras e barracas de camping. Ainda segundo a Polícia Federal, a movimentação de armas realizada pelo empresário não tem ligação com grupos criminosos de fora do Estado.
Nesta terça-feira (22), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, em Cariacica, na casa de suspeitos de serem integrantes de uma facção criminosa que receberia esse material. Foram apreendidos documentos, celulares e comprovantes bancários que vão ajudar nas investigações. Não houve prisões. Um dos próximos passos da operação, com a ajuda da polícia americana de imigração (ICE), é chegar ao empresário capixaba e colher provas contra ele.
A Polícia desconfia que pelo menos 14 remessas de peças de armas foram enviadas ilegalmente pelo empresário, que não teve a sua identidade revelada - os agentes já conseguiram identificar pelo menos duas delas. Segundo o delegado Lorenzo Espósito, da Polícia Federal, as peças e acessórios são de armas perigosas e de uso restrito. "São as armas que os grupos táticos das Forças Armadas e das forças policiais usam e são as armas que as facções criminosas ficam procurando", comentou.
O material era escondido nos produtos para não ser pego pela fiscalização por raio-x dos aeroportos. "Uma barraca de camping, uma churrasqueira, um andador têm peça de metal e vêm desmontados. Essa peça do fuzil vinha amarrada junto com a outra (peça). Em volume grande de importação, se você olhar rápido, pode confundir a pessoa que está fiscalizando na hora", explica o delegado.
OPERAÇÃO
A Operação Desmonte teve início em 2016, depois que a Receita Federal identificou o material ilegal escondido no aeroporto em Campinas. Depois de alertada, a Polícia Federal conseguiu flagrar e prender em flagrante um dos suspeitos recebendo uma outra remessa enviada naquele mesmo ano.
Ele acabou solto depois por decisão da Justiça. Um relatório da Receita Federal mostrou ainda que outras 12 remessas suspeitas chegaram dos Estados Unidos.
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