O capixaba Lucas Vieira Donati, de 37 anos, era o principal mergulhador da quadrilha de tráfico internacional de drogas que ele integrava. A informação foi dada pelo delegado Eugênio Ricas, superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo. O criminoso foi preso em São Paulo, nesta quarta-feira (10), em um aeroporto. A casa que ele morava, em Tabuazeiro, Vitória, foi alvo de buscas.
"Ele era o principal mergulhador dessa organização criminosa. Ele colocava a droga nos navios que estavam ancorados nos portos do Espírito Santo, e depois viajava para o exterior e retirava essa cocaína em portos da Europa ou da África, por exemplo. Era uma figura importantíssima nessa organização criminosa que é internacional. Ele estava em Guarulhos para viajar para a África do Sul muito provavelmente para retirar drogas de navio na África", pontuou Ricas.
A prisão dele e busca na casa em Vitória fez parte da Operação Diver, realizada, ao todo, em quatro Estados brasileiros. A ação começou em 29 de março de 2023, após a Polícia Federal e a Marinha do Brasil apreenderem, em Rio Grande, 206 kg de cocaína ocultos no casco de um navio, que tinha como destino o porto de Setúbal, em Portugal.
A droga foi escondida em uma das caixas de mar (sea chest) do navio, via atividade de mergulho e acompanhada por meio de rastreadores. A ação passou a ser investigada pela Polícia Federal.
A partir de uma série de diligências, a Polícia Federal identificou um mergulhador profissional, cuja função na organização criminosa consiste em armazenar a droga nos navios atracados em terminais portuários brasileiros, assim como retirar a mesma das caixas de mar, mediante a atividade de mergulho no exterior.
O mergulhador profissional do Espírito Santo, identificado como Lucas Vieira Donati, de 37 anos, preso em São Paulo acusado de tráfico internacional de drogas era “aventureiro” e tinha uma vida discreta na casa onde vivia em Tabuazeiro, Vitória. Os relatos sobre a vida do acusado foram dados por vizinhos para a reportagem de A Gazeta, na manhã desta quarta-feira (10).
Vizinhos ouvidos pela reportagem não quiseram ser identificados, mas contaram que o mergulhador se aventurava frequentemente por trilhas e acampava no meio da mata, principalmente na região no entorno da Pedra dos Dois Olhos, em Fradinhos.
Os moradores contaram que tinham um pouco de relação com os pais do mergulhador, que viviam no mesmo imóvel com ele. Disseram também que o suspeito mantinha uma rotina discreta, viajava com frequência e não conversava muito com os vizinhos.
A operação policial ocorrida durante a manhã surpreendeu a vizinhança. O relato comum entre os moradores do bairro foi o de que jamais imaginariam que, naquela residência, de três andares e fachada simples, estaria um alvo de uma ação nacional da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas.
No local foram apreendidos equipamentos de mergulho, como hélice subaquática, uma moto, um utilitário de luxo e dinheiro em espécie — real, euro e dólar. O valor total somado baseado na conversão das moedas passa dos R$ 267 mil.
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