Um bancário, um contador e mais dois suspeitos são investigados pela Polícia Federal do Espírito Santo por cometerem fraudes bancárias, dando prejuízo às instituições financeiras e aos cofres públicos. Nesta terça-feira (28), a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários realizou uma operação para cumprir oito mandados de busca e apreensão contra os homens. Foram recolhidos documentos falsos, cartões bancários e celulares. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela PF.
Segundo a Polícia Federal, o grupo agia de duas formas. Na primeira, eles criavam pessoas físicas fictícias, usando documentos falsos para obtenção de empréstimos e financiamentos bancários fraudulentos. Como as pessoas não existiam de fato, os bancos nunca conseguiam cobrar pelos empréstimos feitos.
Em outra forma de atuação, os acusados abriam novas contas bancárias passando-se por pessoas que já possuíam saldos de FGTS ou aplicações financeiras com altas quantias depositadas nas mesmas instituições financeiras. Depois da fraude, eles promoviam o saque dos valores.
Conforme apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, o líder do grupo é um comerciante de Vila Velha, de 35 anos. Ele, que é natural do Pará, já foi preso por estelionato. O contador tem 55 anos e era responsável pela falsificação dos documentos. Já o bancário, de 52 anos, era quem ajudava a apontar possíveis clientes que podiam ser vítimas.
"Em 2022 a gente identificou um indivíduo que tinha criado vários documentos com variações do nome dele. Com esses documentos ele criou pessoas jurídicas e obteve benefícios do governo. Esses benefícios são pagos pela Caixa Econômica Federal, mas esses golpes também foram cometidos em toda a rede bancária aqui do Estado", detalhou o delegado Lorenzo Espósito, da Polícia Federal.
Ele também falou sobre a segunda modalidade do crime: "O líder da quadrilha tinha em casa vários contracheques de uma empresa grande do Estado, com pessoas de salários altos e que potencialmente tinham FGTS alto e investimentos. Aí eles conseguiam os dados para poder criar a documentação com a foto dessa pessoa e assim ir no banco e sacar esses valores".
Nos dois casos eram falsificados documentos de identidade, CPFs, títulos de eleitor e documentos de constituição de pessoas jurídicas.
Segundo as investigações da "Operação Ouvido de Mercador", eles davam golpes em diversas instituições financeiras da rede bancária, especialmente na Caixa Econômica Federal nos municípios de Vila Velha, Cariacica, Serra e Guarapari.
Os policiais descobriram, ainda, que o grupo obteve diversos auxílios governamentais, inclusive Auxílio Emergencial, lesando também os cofres públicos.
Agora, as investigações continuam. Os integrantes podem responder pelos crimes de estelionato, de associação criminosa e de fraudes documentais, eventualmente praticados.
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