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PF faz operação no ES contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos

PF faz operação no ES contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos

Polícia Federal cumpre dezenas de mandados de prisão e de busca e apreensão em sete Estados do país

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 08:18

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Protestos
Manifestantes bloqueiam a BR 101, em Linhares, na altura da Ponte Joaquim Calmon. (Internauta)

Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (15) mais de 100 mandados de prisão, busca e apreensão contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de organizar atos antidemocráticos, como bloqueios em rodovias e manifestações em frente a quartéis. A operação acontece em sete Estados do país, incluindo o Espírito Santo

Apenas no Estado, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e outras determinações. A operação acontece nos municípios de VitóriaVila VelhaSerraGuarapari Cachoeiro de Itapemirim, segundo informou a Polícia Federal, por meio de nota.

A PF esteve na manhã desta quinta na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, em Vitória, em cumprimento a mandados de busca e apreensão. Os alvos foram os gabinetes dos deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), conforme divulgado pela colunista de Política de A Gazeta, Letícia Gonçalves. 

Investigadores consideram que se trata da maior ofensiva já realizada conta os financiadores dos atos antidemocráticos. As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news e envolvem as investigações sobre atos antidemocráticos que contestam o resultado das eleições.

Além do Espírito Santo, os Estados em que a operação acontece são Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina. A operação também inclui bloqueio de contas e quebra do sigilo bancário dos investigados.

O inquérito das fake news foi aberto em março de 2019 pelo então presidente do STF, o ministro Dias Toffoli. O objetivo da apuração era investigar a existência de fake news, ameaças e denunciações caluniosas, difamantes e injuriantes que atingem a honra e a segurança dos membros da corte e de seus familiares.

Desde o segundo turno, tanto em bloqueio de estradas como em atos em frente a quartéis, bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ofensiva é aberta três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A medida foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Lula e Geraldo Alckmin.

Após os atos considerados antidemocráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente. Além disso, a Corte máxima impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos - e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As ações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração "em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022".

No bojo de tal petição, o relator, ministro Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de "atos ilícitos e antidemocráticos" que bloquearam rodovias em todo o país após a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

Com informações das agências Estado e Folhapress. Texto em atualização.

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