A Polícia Federal vai recolher as impressões digitais e investigar os 28 tripulantes do navio que foi alvo de uma operação no Porto de Vitória, na tarde de domingo (5). Durante a ação, em conjunto com a Receita Federal e a Marinha do Brasil, foram apreendidas mais de 1,5 tonelada de cocaína. Conforme apurado por A Gazeta, a ideia é apurar se algum dos embarcados colaborou para que a droga fosse colocada dentro da embarcação Grande Amburgo, que veio da Europa.
Até que a investigação termine, os investigados devem ficar no Espírito Santo e estão proibidos de sair do Brasil. A reportagem apurou que os tripulantes são, em sua maioria, filipinos. Não há informações se há algum brasileiro entre os alvos da Polícia Federal.
Segundo a Polícia Federal, a droga não foi colocada dentro do navio em território capixaba. Diferentemente de outras ocasiões, quando a droga costuma ser colocada no casco do navio, ou seja, no lado externo, parte coberta pela água, desta vez, a cocaína estava na parte interna da embarcação. A droga estava em dois pontos do navio: em um deles havia 34 pacotes, em outro, 18 pacotes.
O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, afirmou que a corporação está utilizando uma ferramenta tecnológica que permite comparas as digitais dos tripulantes com as impressões encontradas nos mais de 50 pacotes de droga encontrados.
Em entrevista coletiva realizada no fim da manhã desta segunda-feira (6), a Polícia Federal deu mais detalhes da operação e informou sobre os procedimentos que devem ser adotados durante e após a investigação.
A apreensão realizada no domingo (5) foi a maior já registrada pela Polícia Federal no Espírito Santo. O navio Grande Amburgo, que tem bandeira da Itália, chegou ao Espírito Santo durante a tarde e iria desembarcar contêineres e mais de 800 unidades de automóveis. A volta para a Europa, porém, só poderá acontecer após autorização da Polícia Federal.
As investigações mostraram que o navio com a cocaína era utilizado em uma rota internacional de tráfico de drogas, que saía do Brasil com destino à Europa. Quando atracou em Hamburgo, na Alemanha, a polícia alemã encontrou 400 kg de cocaína na embarcação. O navio, então, voltou ao Brasil, onde a PF interceptou a embarcação.
O superintendente da Polícia Federal afirmou ainda que investigação vai buscar identificar quem receberia a droga na Europa. Na avaliação de Eugênio Ricas, a droga "certamente" pertencia a alguma organização criminosa.
"Foi uma operação de guerra que contou com atuação da Polícia Federal, Receita Federal e apoio da Marinha do Brasil que culminou na apreensão de mais de 1,5 tonelada de cocaína. Droga que certamente pertencia a grandes organizações criminosas e iria para a Europa. Nossas investigações vão buscar quem contribuiu para que a droga fosse colocada no navio e quem receberia a droga na Europa", afirmou.
Eugênio Ricas chamou atenção para a importância do uso da tecnologia durante a operação. Além da ferramenta que compara impressões digitais, o representante da PF detalhou que um drone subaquático também foi utilizado. O objetivo com o equipamento em contato com a água era verificar se havia algo colado ao casco do navio.
Mais de 50 agentes da Receita Federal e da Polícia Federal participaram da operação, além do apoio de 14 cães farejadores. A droga apreendida foi encaminhada para a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo.
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