> >
Pintor é preso por injúria racial após ofender vizinhos em Viana

Pintor é preso por injúria racial após ofender vizinhos em Viana

Uma dona de casa, que prefere não se identificar, disse que as ofensas são constantes e que a comunidade já não aguenta mais conviver com a situação

Publicado em 29 de agosto de 2022 às 09:49- Atualizado há 2 anos

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Antônio Carlos Vieira de Araújo foi preso no domingo (28) em Viana
Antônio Carlos Vieira de Araújo foi preso no domingo (28) em Viana. (Samy Ferreira)

Um pintor de 48 anos foi preso por injúria racial neste domingo (28) após ofender os vizinhos com xingamentos e palavras racistas no bairro Marcílio de Noronha, Viana, na Região Metropolitana da Grande Vitória. O caso teve início durante a manhã, quando moradores da Rua Colatina registraram em vídeos algumas das ofensas feitas por Antônio Carlos Vieira de Araújo.

Nos registros, o homem não aparece, pois está dentro de casa. Mas, é possível ouvir o suspeito dizendo "velho, preto, burro". Em outro momento, ele diz: "Aleijado sem vergonha. Vai cuidar da sua nega, safado".

Uma dona de casa, que preferiu não se identificar, disse que as ofensas são constantes e que a comunidade já não aguenta mais conviver com o criminoso. "Começa 8h30 e vai até 16h e bem alto gritando na rua: 'Nega, sua macaca, sua nojenta'. Essas palavras que ofendem muito", lamenta ela.

A Polícia Militar foi acionada e o pintor foi levado para a Delegacia Regional de Cariacica. Segundo os vizinhos, durante as agressões verbais, o homem não parecia se preocupar em ser punido. "Pode ir gravando. Me processa que eu vou falar na frente do juiz", disse ele nas filmagens.

Ainda segundo a dona de casa, esta não é a primeira vez que moradores chamam a PM para conter o agressor, e até medida protetiva ela e outros moradores já têm contra o vizinho.

"Entregamos medida protetiva e não acontece nada. Não acontece nada. E ele fica sendo o dono da rua, sempre acusando, praticando os mesmos atos e a gente fica atuado", disse a mulher.

Na Delegacia Regional de Cariacica, o pintor Antônio conversou com a reportagem e disse que estava em casa tomando cerveja e conversando. Ele não informou com quem falava e também não explicou quem era a pessoa a quem ele se referia.

Além dos três moradores que foram à delegacia, vários outros da rua reclamam do vizinho. Eles não quiseram se identificar e afirmam que quase todo o fim de semana ouvem gritaria e xingamentos por parte do pintor.

Os militares que atenderam à ocorrência falaram à reportagem que Antônio já esteve envolvido em outras ocorrências semelhantes. Os moradores da rua querem uma providência. Contam que já fizeram até abaixo assinado para que o pintor não more mais aqui.

"O que a gente quer é respeito, que ele não mexa com ninguém. Ele ficar no cantinho dele e nós ficarmos no nosso cantinho, tendo nossa liberdade.

Antônio Carlos Vieira de Araújo foi autuado por injúria racial, artigo 140 do Código Penal. Foi arbitrada fiança de R$ 1 mil pelo delegado de plantão, mas o valor não foi pago e o homem foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.

Em audiência de custódia realizada na manhã desta segunda-feira (29), a juíza Raquel de Almeida Valinho substituiu a prisão preventiva de Antônio Carlos pelas medidas cautelares abaixo:

  • Proibição de sair da comarca em que reside sem prévia autorização do Juiz natural da causa; 
  • comparecimento a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado; 
  • proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados; 
  • recolhimento domiciliar de 20h às 6h; 
  • comparecer em 20 dias a contar desta data ao juízo, com cópia de comprovante de residência, RG, CPF, CTPS e título de eleitor; 
  •  proibição de manter qualquer tipo de contato com as vítimas.

Ele foi liberado sem necessidade de pagamento de fiança e, caso descumpra alguma das condições impostas na decisão, ele poderá ter decretada sua prisão preventiva.

Errata Atualização
29 de agosto de 2022 às 12:33

Em audiência de custódia, Antônio Carlos Vieira de Araújo teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares e foi liberado sem o pagamento de fiança. O texto foi atualizado.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais