> >
Planalto Serrano: família procura por jovem que desapareceu após tiroteio

Planalto Serrano: família procura por jovem que desapareceu após tiroteio

João Vitor Borges Santos, de 24 anos, está desaparecido desde o último sábado (5).  Moradores estão há 10 dias vivendo sob a tensão de tiroteios e insegurança

Publicado em 7 de junho de 2021 às 13:04

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
João Vitor Gomes desapareceu em Planalto Serrano, na Serra
João Vitor Borges Santos está desaparecido. (Reprodução/ TV Gazeta)

O barbeiro João Vitor Borges Santos, de 24 anos, está desaparecido desde o último sábado (5). Na última vez em que foi visto, ele estava no bairro Planalto Serrano, na Serra, a caminho de um bar, quando tiros foram ouvidos na rua.

"Eu estava no trabalho, mas contaram que homens em um carro deram dois tiros contra meu filho e o jogaram dentro de um carro. Desde então, não sei onde está meu filho", disse a mãe do jovem, Eva Passos, de 50 anos.

O pai e o irmão de João Vitor estão percorrendo, desde sábado, unidades de saúde, Departamento Médico Legal (DML) e áreas de mata. "A esperança de encontrá-lo vivo a gente até tem, pois não não passa na minha mente visão dele morto. Mas se deram tiros nele, que devolva ele para mim, pelo menos", disse a mãe.

A filha dele, de 3 anos, tem perguntado frequentemente pelo pai. "Ela fala 'papai está demorando na rua'. Não sei o que fazer e nem porque fizeram isso com meu filho", contou.

A família registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento na delegacia. A Polícia Civil informou que o desaparecimento está sendo investigado pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS).

Como se trata de uma investigação em andamento, a polícia disse que detalhes não serão divulgados para preservar a apuração dos fatos.

Polícia Militar reforça o patrulhamento no bairro Planalto Serrano após tiroteios entre traficantes e ameaças à jornalistas que faziam matéria sobre a onda de violência na região
Polícia Militar reforça o patrulhamento no bairro Planalto Serrano após tiroteios entre traficantes e ameaças à jornalistas que faziam matéria sobre a onda de violência na região. (Fernando Madeira)

TIROS E INSEGURANÇA

Não é de hoje que o medo da violência toma conta dos moradores de Planalto Serrano. A madrugada foi de pânico no último sábado (7)  devido ao intenso tiroteio na comunidade. 

Durante a manhã, moradores relataram que os ônibus não estavam entrando no bairro devido ao tiroteio. "Não consigo ter uma noite de sono em paz e nem deixar meus filhos brincarem na rua", conta uma moradora que não quis se identificar.

Pelas ruas, inúmeras cápsulas foram recolhidas por moradores. Os ônibus não estavam subindo para os blocos B e C. A situação só voltou ao normal por volta de 10h.

Na última quarta-feira (2), os ônibus que atendem aos moradores do bairro não circularam na região. O bairro é dividido em blocos A, B e C, sendo que os últimos dois ficam na parte alta do bairro. Os coletivos do sistema Transcol não acessaram os blocos B e C, deixando a população que reside nestas localidades sem transporte coletivo.

A determinação de não subir partiu da própria empresa responsável pelo transporte devido à insegurança no local. A madrugada havia sido de tiros que destruíram a porta de uma igreja, a janela de outra e deixaram marcas pelas paredes de casas. A unidade de saúde não funcionou e parte do comércio também ficou fechada.

Na madrugada da última terça (1º), houve registro de troca de tiros por volta das 2h. Logo depois, às 4h30, um homem foi ferido por tiro também em um confronto de traficantes. Ele morreu no local.

Um casal foi baleado durante um tiroteio entre grupos rivais levados para um hospital, na data de 29 de maio. A mulher não resistiu aos ferimentos e morreu.

Também em Planalto Serrano, uma equipe de reportagem da TV Gazeta foi ameaçada ao vivo por criminosos armados durante a cobertura de ônibus que também não circularam pela região por conta de tiroteio, no dia 2 de março.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais