Um policial militar é suspeito de atirar e matar um homem de 30 anos durante a madrugada deste domingo (24) em Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo. Romário Costa Ramos foi baleado durante uma festa que acontecia em um cerimonial, no bairro Vila Nova. O suspeito do crime é o soldado da Polícia Militar Olinto Marcial Jardim Junior, também de 30 anos, que atua no 7º Batalhão de Cariacica. Ele está preso no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.
Segundo boletim de ocorrência registrado pela PM, durante a festa, o soldado teria tido um desentendimento com um jovem dentro de um banheiro no local. Esse rapaz chegou a relatar à PM que o suspeito do crime havia mostrado uma arma para ele. Em seguida, segundo testemunhas, o soldado foi até o carro dele e, quando passava pela porta de entrada do cerimonial para retornar, Romário tentou argumentar para que ele não entrasse armado na festa.
Neste momento é que teria acontecido o disparo que atingiu o homem. Romário chegou a ser socorrido e foi encaminhado para o Hospital Fumatre, em Ecoporanga. Ele recebeu os primeiros socorros e foi transferido para o Hospital Estadual Alceu Melgaço Filho, que fica em Barra de São Francisco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Após a confusão, o militar teria fugido do local. A PM, então, foi até a casa dos pais do suspeito, que moram no distrito de Vila da Prata, em Ecoporanga. O pai do militar informou que o filho estava a passeio na cidade e que não havia retornado para a casa. Enquanto a polícia estava no local, o suspeito teria feito contato por telefone com a mãe, segundo registrou a PM no boletim de ocorrência.
O soldado, que é suspeito do crime, conversou por telefone com o comandante do policiamento e disse que se apresentaria posteriormente para prestar esclarecimentos. Foram realizadas buscas pelo distrito para encontrá-lo, porém Olinto não foi localizado.
Já no início da tarde deste domingo (24) o soldado, suspeito do crime, se apresentou no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. O delegado titular de Ecoporanga, Leonardo Amorim, já havia feito uma representação pedindo à Justiça a prisão preventiva do suspeito.
Em depoimento, Olinto informou que na festa houve uma discussão para tirar a arma dele e que foi durante essa confusão que a arma disparou acidentalmente. Ele foi encaminhado ao Quartel da Polícia Militar, em Vitória, onde permanece à disposição da Justiça.
Por meio de nota, a PM afirmou que o soldado "encontra-se recolhido no presídio militar à disposição do Poder Judiciário" e que a Corregedoria da corporação "analisará o fato e a conduta do militar, de acordo com o Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais".
Já a Polícia Civil informou que, "assim que teve ciência do fato, representou pela prisão preventiva contra o suspeito por ter fugido do local do crime". Também afirmou que o "militar se apresentou neste domingo ao plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, onde teve ciência do mandado de prisão, que foi deferido pela Justiça. Após o cumprimento, ele foi encaminhado ao presídio militar".
Procurado na manhã desta segunda-feira (25) pela reportagem de A Gazeta, o advogado Maxson Luiz da Conceição Motta Souza, que representa Olinto Marcial Jardim Junior, deu a versão do policial sobre o tiro disparado na festa. Confira a nota na íntegra:
"O militar assim que teve notícia acerca da existência de uma vítima do disparo da arma buscou a devida assistência jurídica da Associação dos Cabos e Soldados, da qual é associado, para que o mesmo possa ter direito a ampla defesa e contraditório, em virtude da repercussão dos fatos, sendo que o militar num primeiro momento tentou se apresentar em Colatina, porém teria se aguardar o deslocamento de um advogado para a Cidade e buscando agilizar sua apresentação o mesmo se deslocou para a Capital onde a assessoria jurídica da associação já o aguardava.
O militar informa que o indivíduo que tentou tomar sua arma, segundo informações, era um dos organizadores da festa e que por este motivo tentou desarmar o militar, o que gerou um tumulto e o disparo acidental da arma. Somente quando estava chegando na capital teve ciência que o indivíduo veio a falecer.
Em momento algum o militar quis se furtar em prestar esclarecimentos, somente saiu do local para preservar sua vida, já que por dois momentos tentaram tomar seu armamento e para evitar um mal maior saiu do local imediatamente após o disparo. Após se apresentar na DHPP a autoridade retardou a oitiva do militar e a defesa entende que o delegado de Ecoporanga agiu de forma descabida ao pedir a prisão do militar, uma vez que o pedido foi requerido após a apresentação espontânea para ser ouvido, sendo somente após a apresentação do militar decretada a prisão, de forma desnecessária.
A associação dos cabos e soldados não se furtará a dar toda a assistência jurídica ao militar para que o mesmo tenha direito a se defender de qualquer ato ilegal e covarde que tentem praticar contra o mesmo."
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