O policial militar reformado Lucas dos Santos Lage, investigado pelo assassinato do perito aposentado da Polícia Civil Celso Marvila Lima, foi condenado por tráfico de drogas. Ele havia sido preso em flagrante no dia 1º de setembro do ano passado, em Vila Velha, durante uma operação que teve a casa dele como alvo de buscas.
Na residência de Lucas, policiais da Divisão de Homícidios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha encontraram um pacote de MDMA (droga sintética), dois pacotes de maconha, balança de precisão, diversas sacolas plásticas pequenas, algema, facas, três celulares, R$ 9.200, uma pistola, dois carregadores e munições de vários calibres, inclusive de fuzil.
Após ter a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva, a juíza de Direito Adriana Costa de Oliveira, no último dia 18, decidiu condenar Lucas a sete anos de prisão, inicialmente no regime semi-aberto, proibindo que recorra em liberdade.
A sentença foi publicada no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) nesta segunda-feira (23).
Lucas é um dos investigados pelo desaparecimento — que já é tratado como homicídio — de Celso Marvila, visto pela última vez em 3 de agosto do ano passado, quando a caminhonete dele foi encontrada incendiada em Xuri, Vila Velha.
A sentença aponta que, durante as investigações, foi constatado que Lucas conseguia drogas com outros policiais, vindas de apreensões. Além disso, o militar chegava a fazer pedidos de entorpecentes a pessoas de outros estados, para que pudesse revendê-las em solo capixaba.
Para se defender, Lucas disse que o material encontrado na casa dele era para consumo próprio. No entanto, como o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ressaltou, na casa dele havia 70 gramas de MDMA, uma droga bastante nociva. Apenas um grama é suficiente para um grupo de até 10 pessoas utilizar.
No celular dele também havia provas da compra de drogas para venda: em um documento do MPES, ao qual a reportagem de A Gazeta teve acesso, consta troca de mensagens dele com outra pessoa, falando sobre a comercialização de "balas" (drogas sintéticas). Em outro momento, ele chega a dizer que o Carnaval de Vitória reduziu a movimentação nos bares, prejudicando a venda dos entorpecentes.
Em outra conversa captada, Lucas negociava uma encomenda de maconha comprada na Bahia e enviada pelos Correios. Ele até se preocupava com a forma com que o pacote seria identificado, para não levantar suspeitas.
Outro indício levantado nas investigações era de que ele ameaçava devedores e também preparava a droga para a venda — e não só comprava e comercializava.
A reportagem tenta contato com a defesa de Lucas dos Santos Lage. O espaço segue aberto.
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