Após reiterados episódios de violência na Grande Vitória nos últimos dias, o Comandante Geral da Polícia Militar no Espírito Santo, Coronel Douglas Caus, mandou um recado para os bandidos. De acordo com a autoridade, a polícia "não irá regredir um milímetro nas operações, que estão todas mantidas e serão aumentadas, principalmente nas áreas em que é recebida a tiros".
Ao tratar do tráfico de drogas no Estado, Caus afirmou que há guerra entre gangues rivais entre facções já reconhecidas. "Estamos nestas áreas fazendo o policiamento ostensivo pela PM e também por meio dos comandos especializados. Nós cumprimos mandados de busca e apreensão nessas regiões e fazemos o enfrentamento ao baile clandestino ("mandela"). Invariavelmente, a PM é recebida a pauladas e pedradas e usamos munição não letal para dispersar as pessoas. Mas vemos indivíduos armados, usando drogas e tudo isso traz um grande transtorno aos cidadãos da região, que não têm direito ao sossego", iniciou.
Nestas comunidades, o Comandante afirmou que a Polícia Militar entra e é sempre recebida com violência e tiros, o que motiva a ocorrência de tiroteios envolvendo policiais. "Os traficantes estão ali para defender o território e as bocas de fumo. As trocas de tiros ocorrem para tentar impedir a progressão da PM aos locais com armas e drogas", afirmou.
No caso do bairro Jaburu, em Vitória, em que uma troca de tiros entre criminosos e policiais militares terminou com quatro pessoas feridas, entre elas uma criança de 3 anos de idade, na madrugada de domingo (27) - o que motivou a ocupação da Avenida Leitão da Silva na segunda-feira (28) por moradores da região - o Coronel lamentou que um menor tenha sido atingido. "Naquela ocorrência houve troca de tiros, a polícia já iniciou sendo recebida a tiros, então houve revide. A PM lamenta a questão da criança atingida por um estilhaço", disse.
De acordo com Caus, a Polícia Militar fará as apurações rotineiras e está aberta ao diálogo com a comunidade, através dos líderes comunitários. "Apesar disso a PM não deixará de retornar lá quando houver denúncia de pessoas armadas. Queremos preservar o maior direito fundamental do ser humano, que é a vida. E temos que garantir o sossego e a liberdade de ir e vir dos moradores de bem", disse.
A respeito da chacina ocorrida na tarde de segunda-feira (28), na Ilha Doutor Américo de Oliveira, em Vitória, que resultou na morte de quatro rapazes, além de tentativas de homicídio, agressão e sequestro, o Comandante Geral da Polícia Militar também lamentou o episódio e reforçou que a polícia não vai recuar.
De acordo com Douglas Caus, a Polícia Militar intensificará principalmente a Operação Sentinela, que entrou na sexta fase agora, em setembro, e que foi responsável pela detenção de 179 pessoas ao longo do mês. "Intensificaremos a Sentinela e as operações de rua, focando principalmente em prender pessoas com mandados de prisão por homicídio e tráfico de drogas. Geralmente a causa dos homicídios está ligada ao tráfico. Então será nosso foco a prisão de homicidas, traficantes e foco nas operações em áreas de tráfico de drogas", concluiu.
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