Na denúncia enviada à Justiça nesta terça-feira (10), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) entendeu que o Terceiro Sargento Clemilson Silva de Freitas cometeu três crimes: lesão leve, injúria real e ameaça sendo este último praticado duas vezes. Em todos eles, a vítima foi o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos, de 39 anos. A reportagem de A Gazeta teve acesso ao documento nesta quinta-feira (12).
Na manhã de 23 de janeiro deste ano, quando ele chegou ao posto de gasolina no bairro de Itaparica, em Vila Velha, o policial foi atrás do trabalhador, deu um tapa na cara dele e o apontou a arma. As ações foram gravadas por uma câmera de segurança do estabelecimento (veja vídeo acima) e teriam sido motivadas por um atendimento considerado ruim no dia anterior.
O caso foi investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, por meio de um inquérito policial, que durou cerca de 40 dias. Depois de concluído, ele foi encaminhado ao MPES, que o analisou e o remeteu à Justiça. Se o juiz acatar a denúncia, o processo seguirá na Vara de Auditoria Militar, ainda sem prazo para ser concluído.
Advogada de Joelcio, Rafaela Reisen analisou os andamentos. Eu acabei de tomar ciência dos autos, mas, olhando de uma forma genérica, acredito que a denúncia foi muito branda. O MPES acertou em denunciá-lo. O juiz deve acatar a denúncia e avaliar o caso concreto, com um maior cuidado, defendeu.
Por meio de nota enviada na terça-feira (12), a Polícia Militar informou que o Terceiro Sargento Clemilson Silva de Freitas continua afastado das funções e que ainda se mantém na condição de investigado. O afastamento do policial deve continuar até a conclusão do processo.
Tudo aconteceu em um posto de gasolina localizado na Rodovia do Sol, em Itaparica, Vila Velha. No último dia 23 de janeiro, o policial militar teria voltado para tirar satisfação por causa de um atendimento. Ele veio com uma mulher para abastecer R$ 50. Quando pedi para descerem da moto, um procedimento de praxe, ele começou a me xingar e foi embora dizendo que voltaria, contou Joelcio.
No outro dia de manhã, antes das 8h, o policial chegou ao estabelecimento vestido com a farda da PM e perguntou se o responsável se encontrava. Diante da negativa, o agente ficou esperando no local e viu o frentista chegar. Assim que bati o ponto, ele veio atrás, me chamou, perguntou se eu lembrava dele e começou a me bater, lembrou.
No mesmo dia, Joelcio foi ao 4º Batalhão da Polícia Militar, em Vila Velha, para registrar o caso e fazer exame de corpo de delito, que apontou um hematoma arroxeado no rosto e um pequeno ferimento na região da boca. Depois de registrar outros dois boletins de ocorrência, junto à Polícia Civil, o caso chegou à Corregedoria da PM.
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