O nome do PM que atirou contra o adolescente não foi divulgado. O que a reportagem sabe é que cinco militares (dois cabos e três soldados) foram detidos pela participação no assassinato. São eles:
Leonardo Jordão da Silva
Samuel Barbosa da Silva Souza
Thafny Da Silva Fernandes
Tallisson Santos Teixeira
Wanderson Gonçalves Coutinho
Os cinco policiais seguem presos no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.
O MPES destaca na denúncia que "a autoria e a materialidade do crime foram devidamente comprovadas no Inquérito Policial instaurado pela Polícia Civil, principalmente por meio de vídeos e mídias, bem como dos laudos periciais, laudo de local de homicídio e depoimentos testemunhais e demais elementos presentes nos autos do processo". A instituição pede, portanto, que o denunciado, após o trâmite processual, seja pronunciado e condenado pelo assassinato do adolescente.
PM que matou jovem já rendido em Pedro Canário é denunciado pelo MPES
O que aconteceu?
No dia 1º de março, policiais militares realizavam diligências para averiguar uma possível posse ilegal de arma de fogo, no bairro São Geraldo.
Segundo os PMs envolvidos na ocorrência, o adolescente tentou fugir pelo telhado de um imóvel, mas caiu e pulou o muro em direção à rua. Em seguida, já rendido, ele ficou sentado na calçada da Rua Castelo.
Imagens de câmera de segurança mostram quando o policial militar denunciado efetuou pelo menos um disparo de arma de fogo contra a vítima já rendida. Em um primeiro momento, o adolescente aparece sentado. Depois ele se levanta, com as mãos para trás (algemado) e parece conversar com o policial e vai recuando para um muro. O PM segue com a arma apontada para o jovem e atira à queima-roupa. A vítima cai no chão e o policial se afasta.
No boletim de ocorrência registrado pelos policiais, a versão contada por eles foi bem diferente da flagrada no vídeo. Na descrição, eles escreveram que "quando o cabo ordenou que se virasse para revista pessoal, o indivíduo colocou a mão na cintura na tentativa de sacar uma arma de fogo, momento em que, para cessar a iminente injusta agressão, efetuou dois disparos com a referida arma em direção ao indivíduo, e que nesse momento visualizou o indivíduo cair no chão com a arma na cintura".
Os crimes praticados pelo denunciado e pelos outros quatro agentes de segurança que participaram da ocorrência seguem apurados pela Corregedoria da Polícia Militar, sob fiscalização do Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar, em Vitória. A reportagem demandou a corporação para saber se há novidades no âmbito da investigação interna, mas não houve retorno até a publicação.