O soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira, preso por atirar e matar o músico Guilherme Rocha, de 37 anos, após a vítima reclamar do som alto no condomínio em que os dois moravam, no bairro Jardim Camburi, em Vitória, na madrugada de 17 de abril de 2023, foi transferido do Quartel de Maruípe, onde estava preso, para uma unidade prisional comum do Estado.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça, o ex-PM foi levado para a Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana, onde deu entrada nessa terça-feira (18). A mudança de local ocorre após a efetivação da demissão dele junto à corporação. A data da homologação, entretanto, não foi informada pela PM.
Em setembro do ano passado, a Corregedoria da PM já havia decidido pela demissão do militar. No entanto, ainda dependia de homologação pela corporação para que ele fosse efetivamente desligado — o que ocorreu.
A defesa do militar ingressou com um pedido de habeas corpus no Plantão Judiciário do dia 18 de março de 2025, para que ele não fosse transferido para um presídio comum. O argumento principal é que na época do crime Lucas era soldado da PM e, por isso, deveria permanecer no presídio da Polícia Militar (no Quartel de Maruípe). No entanto, com a homologação da demissão, a Corregedoria solicitou a transferência.
O pedido da defesa, contudo, foi negado pelo magistrado de plantão, que entendeu que a situação não se enquadrava nas hipóteses de urgência previstas para apreciação fora do expediente normal.
A defesa do Sr. Lucas Torrezani de Oliveira recebe com tristeza e inconformismo a decisão de sua transferência para uma unidade prisional comum, tendo em vista que ele serviu como policial militar por vários anos e, em razão disso, corre risco dentro do sistema prisional.
Além disso, a decisão que resultou na sua exclusão da Polícia Militar ainda está pendente de recurso, tornando a medida de sua transferência precipitada e prematura, sem a devida observância dos riscos que sua condição de policial impõe.
Outro ponto que chama a atenção da defesa é a celeridade incomum com que essa transferência foi executada. A decisão que determinou a remoção do Sr. Lucas para o presídio regular foi proferida no dia 18 de março de 2025, às 13h05, e, no mesmo dia, ele já foi transferido. Nunca vimos uma celeridade tão grande para efetivar a transferência de um interno.
Quanto à realização do júri popular, não há previsão de data, pois a decisão de pronúncia ainda aguarda julgamento de recurso no Tribunal de Justiça.
Lucas Torrezani de Oliveira, de 28 anos, matou com um tiro o vizinho Guilherme Rocha, de 37 anos. O caso aconteceu na madrugada do dia 17 de abril de 2023, dentro do condomínio onde moravam, em Jardim Camburi, Vitória. Quando os policiais chegaram ao local, o soldado estava com a arma nas mãos e a vítima, caída no chão.
Em uma primeira versão, Lucas Torrezani contou que estava bebendo com os amigos quando Guilherme teria o atacado. O militar disse que reagiu e atirou uma vez. A síndica do condomínio onde os dois moravam contou que, ao contrário do que disse o militar, a vítima não reagiu e nem tentou desarmar o militar.
Horas após o crime, após análise do delegado de plantão, o policial militar foi liberado para responder o processo em liberdade. Ele foi ouvido e liberado após a autoridade entender que "não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante". Durante o dia, ao longo da investigação, foi verificado que o caso não era de legítima defesa. A Polícia Civil, então, fez o pedido de prisão do policial.
Em junho de 2023, a Justiça aceitou a denúncia contra o soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira. Além do militar, um amigo dele, que estava na festa, também virou réu. Segundo a decisão da juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, da 1ª Vara Criminal de Vitória, Jordan Ribeiro de Oliveira teria empurrado o músico durante a discussão, o que fez com que ele perdesse o equilíbrio e caísse. Já no chão, Guilherme foi baleado.
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