O soldado da Polícia Militar do Espírito Santo suspeito de estuprar a própria filha, de 13 anos também é suspeito de ter cometido o mesmo crime contra uma adolescente de 16 anos no ano passado. A mãe desta adolescente é amiga da ex-mulher do PM e acusa o policial de ter violentado sua filha durante uma festa, enquanto a menina dormia.
De acordo com a mãe que não está sendo identificada para não expor a adolescente a menina havia bebido e estava completamente desacordada quando foi estuprada pelo soldado. Ela flagrou o ato e conta que ficou em choque ao ver a cena do homem com sua filha.
"Decidi abrir a porta do quarto dela e ele estava lá, em cima dela. Ela completamente desacordada, ele com uma das mãos no pescoço dela. Ele se assustou quando eu acendi a luz, levantou seminu e tocou nas partes íntimas dele. Eu entrei em estado de choque, não sabia o que fazer", contou a mulher, em entrevista ao ES1, da TV Gazeta.
A mãe conta que no dia seguinte a filha não lembrava de nada e só percebeu que havia algo errado quando recebeu uma mensagem do policial pedindo desculpa.
"Ela se sentou ao meu lado olhando o celular e me perguntou: 'Mãe, aconteceu alguma coisa ontem antes de eu ir dormir? Eu não vi nem eu indo dormir'. Eu perguntei a ela o motivo da pergunta, aí ela me falou da mensagem que ele havia mandado pedindo perdão. Foi quando eu contei para ela o que tinha acontecido. Ela se sentiu muito suja, muito enojada", recorda a mãe.
Por áudio, o filho do policial tentou explicar à mãe da menina o que havia acontecido: "Ela passou no corredor falando que queria sexo com alguém. Ela estava muito bêbada para falar isso. Meu pai estava bêbado e ela também, ela chamou meu pai para ir para o quarto. Depois disso meu pai sumiu e eu não sei mais de nada", disse o menino no áudio.
A mãe da adolescente de 16 anos contou que teve medo de perder a filha para a depressão. Depois do episódio, a menina não quis mais sair de casa e precisou fazer acompanhamento psicológico.
À TV Gazeta, o policial contou a versão dele sobre o caso: "Nesse dia, a filha dela passou bebendo e falou: 'Eu quero transar com você'. No corredor quando fui pegar cerveja, a gente se beijou. Ela enfiou a mão dentro do meu short, fez isso. Sexo, em momento nenhum houve", contou o policial.
A mãe da menina procurou a delegacia, foi ao Conselho Tutelar e à Corregedoria da Polícia Militar. O soldado ficou preso por um mês. A mulher diz que o soldado não tem condições de continuar em liberdade e sendo policial militar. "Só espero que a justiça seja feita. Ele não pode ser chamado de policial, ele está sujando a farda, está sujando o nome de outros policiais", criticou.
Demandada pela TV Gazeta, a Polícia Civil afirmou que começou a investigar o caso logo depois que a mãe foi até a delegacia registrar uma ocorrência, no ano passado. Por nota, a PC afirma que a adolescente não tinha condições de reagir.
"A Polícia Civil constatou que a jovem não tinha condições de consentir o ato sexual, nem de oferecer resistência em razão do seu estado alcoólico", diz a nota.
Em conversa com o repórter André Falcão, da TV Gazeta, o soldado disse que deixou a prisão depois de um mês porque foi inocentado por falta de provas. Mas a Polícia Militar afirma, em nota, que o soldado ainda responde a um processo administrativo e que ele pode ser expulso da corporação.
O titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), o delegado Diego Aleluia, representou pela prisão preventiva do soldado, mas o inquérito está sendo analisado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A TV Gazeta apurou que no site da ONG Transparência Capixaba consta que o militar está de licença médica desde o dia 2 de junho de 2019. O último atestado apresentado por ele é do dia 27 de julho deste ano e vale até setembro. O militar está afastado, sem trabalhar, há mais de um ano.
De acordo com a Polícia Militar, o soldado está afastado por conta das investigações da acusação de estupro contra a adolescente de 16 anos, no ano passado. A acusação de estupro contra a própria filha, de 13 anos, também será anexada ao processo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta