Uma operação policial em oito supermercados na Grande Vitória apreendeu mais de 28 mil unidades de café torrados e moídos com irregularidades. Segundo a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em ação com a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), foram fiscalizados estabelecimentos comerciais nos bairros de Gaivotas, Aribiri, Alecrim e Porto Novo, em Vila Velha; Porto de Santana e São Francisco em Cariacica; e Barcelona, na Serra.
De acordo com o delegado Eduardo Passamani, foram apreendidas mais de 28 mil unidades de café de três marcas. que não foram informadas pela polícia. Procurada pela reportagem, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) confirmou os nomes: Tem+, Minete e Campestre.
As irregularidades induzem o consumidor ao erro, pois misturavam alta quantidade de cascas e paus ou estava fora de padrões mínimos de qualidade, com alto teor de umidade, o que diminui a qualidade do produto; ou, ainda, por ausência de regras básicas de rotulagem, como a indicação de lote, conforme laudos expedidos pelo Laboratório Central (Lacen).
O material apreendido ficou em depósito dos supermercados fiscalizados. As empresas produtoras serão investigadas por crime contra relação de consumo.
Questionada, a empresa Campestre informou que até o momento não tomou conhecimento do fato e que precisa ter acesso ao laudo para se manifestar sobre o assunto.
A reportagem tenta contato com as demais empresas mencionadas. Assim que for possível, esta publicação será atualizada.
O presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé), Egidio Malanquini, lamentou o ocorrido, e afirma que pretende convidar as empresas investigadas para que "possam olhar para o mercado de uma forma diferente".
"Ficamos triste pelo setor, que nos últimos 30 anos vêm trabalhando de uma forma efetiva, no sentido da melhoria da qualidade do café. Temos mostrado essa evolução nos últimos anos. Temos que chamar e convidar essas empresas, e fazer com que possam olhar para o mercado de uma forma diferente. Os clientes só vão abraçar e aderir a marca quando tiverem satisfeitos. Mesmo se fossem associados ao Sincafé, também estaríamos condenando tais atitudes", declarou Egidio
A Acaps confirmou os nomes das marcas envolvidas no caso. A matéria foi atualizada.
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