O secretário estadual de Segurança Pública, coronel Márcio Celante, afirmou que a Polícia Federal e as forças policiais estaduais, Civil e Militar, aguardam a conclusão da investigação dos ataques às escolas de Aracruz, para apurar a presença ou participação de grupos neonazistas no Espírito Santo.
O fato do jovem de 16 anos, que confessou ter atirado contra professores e estudantes no atentado, utilizar em seu braço uma faixa com a suástica, símbolo que remete ao nazismo, acendeu um alerta quanto à possibilidade dele ter recebido ajuda para o ataque.
Na casa do adolescente, ele mesmo indicou aos policiais onde estava um exemplar do livro Minha Luta, escrito por Adolf Hitler, maior autoridade do nazismo alemão do século XX e responsável pelo holocausto. Ele afirmou que tinha lido alguns trechos da obra. O livro havia sido postado nas redes sociais do pai, que é tenente da Polícia Militar e psicanalista. Em entrevista ao Estadão, o militar alegou ter achado o livro “ruim”.
Esta não é a primeira incidência de atos relacionados a grupos neonazistas no Espírito Santo. Em Dores do Rio Preto, na região do Caparaó, desde 2019 um muro aparece e reaparece citando mensagens de apoio a Hitler, supremacia branca e ódio aos judeus. A Prefeitura de Dores do Rio Preto já realizou algumas intervenções, para apagar as pichações. A última ocorrência foi em maio de 2021.
O ato infracional cometido pelo atirador na última sexta-feira (25) matou quatro pessoas, sendo três professoras e uma criança de 12 anos. Foram utilizadas duas armas, uma pistola calibre 38 que pertence à Polícia Militar e a arma do pai, um revólver calibre 40. Foram 37 disparos realizados, 30 munições da pistola e outras 7 do revólver. O jovem foi preso às 14h da sexta-feira, quatro horas após o crime.
De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), o adolescente, de 16 anos, apreendido ontem (25), em Aracruz, responderá por ato infracional análogo aos crimes de 10 tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, três homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima.
Segundo nota da PC, ele foi encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em Cariacica, na Grande Vitória. As armas apreendidas foram encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística - Balística da PCES, juntamente com as munições. O caso segue sob apuração da Polícia Civil.
“Ele foi encaminhado ao Iases e vai receber atendimento psiquiátrico porque se apresentou de forma desequilibrada à polícia. O autor dessa tragédia é uma pessoa doentia que trouxe tanta tristeza para Aracruz e para o nosso estado. Ele terá um acompanhamento de vigilância para não ser uma ameaça à sociedade”, disse Casagrande, no sábado.
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