Diferentemente do que foi divulgado pela Polícia Civil, nenhum dos oito presos durante a Operação Rhoncus — deflagrada na última sexta-feira (24) no Espírito Santo — já foi membro do Exército Brasileiro. O erro foi admitido e a informação corrigida em nota enviada pela corporação na tarde desta quarta-feira (29).
No dia anterior, a PC havia afirmado que um dos suspeitos, de 36 anos, era ex-armeiro do Exército. Ele fabricava submetralhadoras e é considerado um dos maiores fabricantes de armas artesanais da Serra, conforme apontado pelas investigações da Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme).
Em novo posicionamento, a Polícia Civil esclareceu que o indivíduo preso não consta nos quadros do Exército Brasileiro como ex-integrante das Forças Armadas. "A informação foi apurada dentro das investigações, mas não se confirmou e acabou sendo veiculada de maneira indevida", afirmou.
Ainda conforme a nota da PC, a delegacia responsável pelo caso continuará apurando o fato para "identificar os motivos que levaram o indivíduo preso a afirmar isso em depoimento". O nome do detido que foi apontado erroneamente como ex-armeiro não foi divulgado pela Polícia Civil.
Conforme apuração da reportagem de A Gazeta junto ao 38º Batalhão de Infantaria, é comum que criminosos mintam sobre passagens no Exército, já que tal experiência é vista por facções como uma vantagem. O suspeito se alistou em Cariacica, mas foi dispensado por excesso de contingente.
Em nota oficial, a Seção de Comunicação do Comando Militar do Leste garantiu que o cidadão citado equivocadamente pela Polícia Civil como ex-integrante das Forças Armadas não prestou serviço militar no Exército Brasileiro. O posicionamento também foi dado na tarde desta quarta-feira (29), pouco antes da correção feita pela corporação estadual.
A Operação Rhoncus aconteceu na última sexta-feira e resultou na prisão de oito suspeitos de fabricar e comercializar armas e munições para traficantes do Espírito Santo, após investigações feitas pela Delegacia Especializada de Armas e Munições. Os nomes deles não foram divulgados pela Polícia Civil.
Segundo o delegado Christian Waichert, o detido de 36 anos era monitorado desde 2019 e já tinha conseguido fugir de uma abordagem no ano passado. "Ele tinha inteligência e qualificação para fabricar arma de fogo. Segundo ele mesmo relatou, deu tão certo que ele era procurado pelos criminosos", disse.
Segundo as investigações, ele contava com a ajuda de amigos para não ter um local específico para a montagem clandestina. "Ele foi uma das pessoas que introduziu esse tipo de submetralhadora caseira no Estado, que é um dos grandes problemas enfrentados atualmente na segurança pública", afirmou.
Informamos que o indivíduo preso pela DESARME na última sexta-feira (24), no escopo da Operação Rhoncus, o qual é considerado um dos maiores fabricantes de armas artesanais do município da Serra/ES, não consta nos quadros do Exército Brasileiro como ex-integrante das Forças Armadas. A informação foi apurada dentro das investigações, mas não se confirmou e acabou sendo veiculada de maneira indevida. A Desarme seguirá com as investigações do fato para identificar os motivos que levaram o indivíduo preso a afirmar isso em depoimento.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta