A Polícia Civil concluiu que o vizinho de Ricardo Coelho, que tinha sete anos e foi morto com um tiro no bairro Nova Esperança, em Cariacica, em abril deste ano, não foi o autor do disparo. Ele chegou a ter a casa invadida, saqueada e incendiada por moradores do bairro depois de a família o apontar como suspeito de cometer o crime por conta de uma confusão entre ele e o pai da criança. A polícia concluiu que não houve entrada de indivíduos na residência, e o irmão atirou acidentalmente contra Ricardo.
Segundo a Polícia Civil, as investigações confirmaram que o pai de Ricardo apontou o marceneiro – que morava na casa ao lado da residência da família – como autor do tiro que matou o menino para tentar se safar do crime. A criança foi atingida por um disparo que atravessou a mão dela, entrou pelo rosto e saiu na nuca.
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (19), a Polícia Civil apresentou mais detalhes sobre a investigação, que teve o inquérito concluído em maio deste ano.
De acordo com o titular da DHPP Cariacica, delegado Eduardo Khaddour, apenas Ricardo e o irmão, de 11 anos, estavam em casa no momento do disparo. A arma era do pai e estava armazenada de forma irregular, em local de fácil acesso das crianças.
O homem tinha um revólver calibre 38 sem documentação e, segundo a polícia, o filho mais velho já tinha visto o pai manusear a arma. Quando o responsável não estava em casa, a criança pegou a arma e atirou acidentalmente contra o irmão mais novo.
Eduardo Khaddour afirmou que o pai chorou a morte do filho, mas em um primeiro momento preferiu dar mais atenção à arma, que foi escondida dentro de casa.
“Está demonstrado que a preocupação do pai era ocultar a arma de fogo. E ele colocou perto de um vaso no jardim da residência. A polícia encontrou o revólver e foi demonstrado a eficiência da arma, ela estava funcionando. Ficou claro que ele tentou se eximir da culpa. Foi uma estratégia inconsequente.”
O pai foi indiciado por homicídio culposo e fraude processual. O homem foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo. A denúncia foi aceita e ele virou réu no caso. O pai responde em liberdade.
A criança de 11 anos foi ouvida por um psicólogo da Polícia Civil e encaminhado para acompanhamento.
Ricardo foi morto na tarde do dia 14 de abril deste ano, por volta das 17h, no bairro Nova Esperança, em Cariacica, com um tiro que atravessou a mão dele, entrou pelo rosto e saiu na nuca. O menino estava sozinho na varanda de casa, quando um homem entrou na residência e logo atirou nele, que não teve tempo de reagir. Ele ainda foi socorrido e levado ao Hospital Meridional, na mesma cidade, em uma viatura da PM, mas não resistiu aos ferimentos.
A tese de que um disparo acidental já era levantada pela Polícia Militar no começo das investigações. O major Prado, da PM, explicou que os levantamentos apontam para um disparo acidental ocorrido na própria residência sem que tenha ocorrido uma invasão ao local, como contado pela família em depoimento.
Após realizar buscas e levantar as primeiras informações, os policiais envolvidos no caso não encontraram indícios que apontassem que o marceneiro, que mora próximo à casa onde a criança foi morta, fosse o assassino do garoto.
“A família nos trouxe em um primeiro momento um suspeito, e trabalhamos em cima dessa linha. Inclusive houve até uma revolta por parte da comunidade com esse suspeito. Agora a investigação ganhou um novo rumo”, explicou o militar, na ocasião
“Tudo indica que não foi esse suspeito que cometeu e estamos trabalhando em uma nova linha, de um acidente, um crime que aconteceu dentro de casa. Vamos preservar as pessoas envolvidas, pois adiantar as coisas pode colocar a vida de outras pessoas em risco”, complementou o major.
Parentes da criança contaram para a polícia, na época, que um mês antes do crime o pai do menino teria brigado com um morador do bairro e acreditavam que esse poderia ser um dos motivos da morte.
Isso porque, segundo os familiares da vítima, o vizinho começou a ameaçar a família depois que o irmão mais velho de Ricardo quebrou o vidro da janela da casa do homem enquanto brincava de futebol.
Após o assassinato da criança, os pais de Ricardo foram levados para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e prestaram depoimento sobre a dinâmica do crime.
O marceneiro apontado pela família do pequeno Ricardo Coelho, morto aos sete anos, como o suspeito de ter executado a criança a tiro teve a casa revirada, saqueada e incendiada por populares. A casa foi queimada por volta das 23 horas, segundo repassado pela assessoria do Corpo de Bombeiros.
Antes disso, perto das 17 horas, Ricardo foi alvejado por um disparo que atravessou a mão dele, entrou pelo rosto e saiu na nuca. Desde então, os familiares passaram a desconfiar do vizinho com quem o pai do garoto havia discutido há algumas semanas por conta de um problema causado pelo irmão mais velho do garotinho.
Revoltados até então com o vizinho, populares foram até a residência do marceneiro, reviraram os cômodos, saquearam eletrodomésticos e ainda atearam fogo. Segundo os Bombeiros, não houve feridos.
“O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para atender uma ocorrência de incêndio em residência, por volta das 23 horas de ontem, no bairro Nova Esperança, em Cariacica. A equipe chegou ao local e encontrou as chamas atingindo um dos quartos da casa, além do restante do local revirado. O combate foi realizado e as chamas extintas. Não havia ninguém no local e não houve solicitação de perícia”, destacou os Bombeiros, em nota.
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