A Polícia Civil do Espírito Santo divulgou que desarticulou a quadrilha envolvida em furtos a condomínios de luxo no Estado. Como A Gazeta antecipou, a associação criminosa é de São Paulo e também está envolvida em ocorrências no Rio de Janeiro.
O delegado Gianno Trindade, da Delegacia Especializada de Segurança Patrimonial (DSP), explicou que os criminosos são de São Paulo e agem em todos os estados da federação. “É uma quadrilha que se ramifica hierarquicamente e em funções pré-determinadas entre seus membros”, afirmou.
As investigações apontaram que o modus operandi da associação criminosa é muito parecido em todas as ocorrências. Os membros se dividem em três, um deles é o primeiro a entrar e pede autorização na portaria para que o segundo também entre. O terceiro fica do lado de fora, sendo o responsável por monitorar o local.
Um documento do Poder Judiciário do Rio de Janeiro a que A Gazeta teve acesso mostra que, além do envolvimento no roubo no bairro Mata da Praia, em Vitória, uma das integrantes da quadrilha, Tamara Romina Ramos Dimas, de 18 anos, também participou de uma invasão a um apartamento de Copacabana, na Zona Sul carioca, em maio de 2022, com três homens.
A paraguaia não conseguiu fugir com os comparsas após o roubo de sábado (16), na Mata da Praia, foi presa e autuada por tentativa de latrocínio e tortura.
Do apartamento localizado na Avenida Dante Michelini, roubado em Vitória, o grupo roubou 20 mil dólares, 20 mil euros, 10 mil reais em espécie, além de 30 mil reais em joias. O valor do total das moedas convertidas somadas ao dinheiro em Real e as joias chegam a R$ 250 mil.
As investigações da Justiça do Rio de Janeiro mostram que cinco pessoas estão diretamente ligadas à quadrilha. No Espírito Santo, as informações apuradas até o momento dão conta de que Tamara e mais dois homens participaram da ação. Confira abaixo quem são os integrantes do grupo.
A Polícia Civil fluminense investiga ainda uma possível participação de, pelo menos, 20 jovens que vêm perpetrando furtos na Zona Sul da cidade.
“Certo é que, os denunciados, que residem na cidade de São Paulo, são investigados e, inclusive já identificados como autores em outros delitos patrimoniais executados com o mesmo modus operandi, evidenciando a estabilidade da quadrilha e a divisão de tarefas entre seus membros para o planejamento, aparelhamento (inclusive aluguel de veículos) e execução dos furtos”, detalha o documento.
Segundo a Polícia Civil, entre 2020 e 2022, ocorreram 14 invasões a apartamentos de luxo no Espírito Santo. Em documento elaborado pela corporação, oito pessoas foram identificadas.
A corporação confirmou que a quadrilha que agiu em Mata da Praia é a mesma que feriu uma grávida em no edifício Victoria Bay, na Enseada do Suá, em 11 de março de 2021.
Nestas ocorrências em território capixaba foram identificados os seguintes indivíduos:
Além desses oito, a polícia identificou mais três pessoas, que agiram no crime do último sábado (16), mas apenas a identidade da paraguaia Tamara Romina Ramos Dimas, de 18 anos, foi divulgada nesse caso.
Os casos apurados até o momento dão conta de que a quadrilha escolhe os alvos a partir de dados deles disponíveis na internet.
“Essa quadrilha é altamente especializada em furtos em condomínios de luxo, selecionam as suas vítimas por meio de dados que, infelizmente hoje, podem ser acessados pela internet em sites específicos hospedados fora do Brasil”, destacou o delegado.
Esses dados, segundo o delegado, ficam na Dark Web (sites que só podem ser acessados com um navegador especializado). Gianno Trindade afirmou, ainda, que em alguns sites a quadrilha consegue informações primordiais para a seleção dos alvos: valor do carro, endereço, empresa em que trabalha, telefone da portaria e identidade.
Além disso, existem as informações abertas nos perfis dos próprios alvos. A foto de um carro de luxo mostrando a placa, por exemplo, pode ser a ponta para os criminosos buscarem mais informações pessoais da pessoa.
A quadrilha tem predileção por vítimas que pertençam a nacionalidades as quais há uma cultura a guardar dinheiro em casa: árabes, orientais, portugueses e judeus.
“Historicamente, esses grupos guardam grandes quantias em suas residências”, frisou o delegado.
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