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Polícia descarta crime em caso de modelo incendiada na Serra

Polícia descarta crime em caso de modelo incendiada na Serra

A Polícia Civil encerrou a apuração do procedimento que foi aberto e vai encaminhar a conclusão para o Ministério Publico Estadual

Publicado em 14 de agosto de 2020 às 17:24

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A modelo Katiuscia Mota teve metade do corpo queimado
A modelo Katiuscia Mota teve metade do corpo queimado. (Arquivo pessoal)

O caso da modelo que teve o corpo incendiado na última segunda-feira (10) na Serra parece ter chegado ao final nesta sexta-feira (14), pelo menos para a polícia. De acordo com a delegada Raffaella Aguiar, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), não há indícios de que a modelo Katiuscia Silva Mota tenha sido vítima de crime.  A namorada dela, uma jovem de 21 anos, prestou depoimento à delegada na última quinta-feira (13). As imagens das câmeras de segurança do condomínio e o depoimento da própria modelo ajudaram a polícia a chegar a essa conclusão. Desse modo, a Polícia Civil encerrou a apuração do procedimento que foi aberto e vai encaminhá-lo para o Ministério Publico Estadual. 

Polícia descarta crime em caso de modelo incendiada na Serra

Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (14), a delegada deu detalhes sobre a conclusão das investigações e disse que  está bem claro,  pelas imagens que teve acesso, que o incêndio não foi causado pela namorada da modelo.

Aspas de citação

O relacionamento das duas era conturbado, brigavam o dia inteiro, segundo vizinhos. Mas o fato é que seria apurado como crime, e não foi crime. Como forma de chantagem emocional, Katiuscia teria dispensado o álcool no próprio corpo e pegou um isqueiro, afirmou a namorada em depoimento e a própria vítima para um investigador da polícia, no hospital

Raffaella Aguiar
Delegada titular da DHPM
Aspas de citação

O material inflamável, de acordo com a delegada, era para a namorada de Katiuscia fazer perfumes. "Ela pegou o isqueiro, a namorada viu que ela ia conseguir e saiu, passou pela porta de vidro. Nas imagens, aparece uma outra pessoa, uma testemunha ocular que viu a chantagem feita por Katiuscia. Ela não teria tido intuito de suicídio, mas de chantagem, segundo foi relatado", detalhou Raffaella.

A delegada concluiu dizendo que, quando Katiuscia estava em chamas, a namorada se desesperou. A perna da namorada também pegou fogo porque continha uma pequena quantidade da substância inflamável. Vizinhos, que foram ouvidos na investigação, relataram que as duas passavam por um relacionamento abusivo, que eram frequentes as brigas. "Vou sugerir o arquivamento para o Ministério Público e (o caso) deve se encerrar. Um policial foi ao hospital, conversou com a modelo, que relatou a mesma versão da namorada. Para a mãe, deve ser muito difícil entender isso. Foi uma briga por ciúmes, e cerca de seis pessoas foram ouvidas", concluiu.

O CASO

Moradora de um condomínio no bairro São Diogo, na Serra, a modelo Katiuscia Silva Mota, de 31 anos, teve o corpo queimado na noite desta segunda-feira (10). Perto das 19 horas, câmeras de segurança do local registraram o momento em que ela aparece próximo à porta de vidro do prédio com o corpo já coberto pelas chamas e em desespero.

Ao se aproximar da porta, a modelo cai no chão com o fogo sobre a roupa. Ela consegue, na sequência, retirar a blusa, porém as chamas permanecem no cabelo e em outras áreas do corpo. A namorada de Katiuscia e moradores do local abrem a porta de vidro e rapidamente tentam apagar as chamas do corpo da vítima, que novamente cai no chão.

Dois homens tentam também abafar as chamas e usam uma toalha para impedir que a mulher siga com o corpo incendiado. Após controlarem as chamas, o resgate foi acionado e a modelo foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ao Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, no mesmo município – a unidade é referência no atendimento de pessoas com queimaduras.

CASAL BRIGAVA MINUTOS ANTES DO INCÊNDIO

As câmeras de segurança do condomínio onde a modelo e a namorada moram registraram que as duas discutiram cerca de 50 minutos antes da vítima aparecer com o corpo pegando fogo. A primeira briga aconteceu no hall de entrada do prédio, enquanto a segunda ocorreu no estacionamento. Ambas entre 18h05 e 18h10.

A VERSÃO DA NAMORADA

Companheira de Katiuscia, a jovem de 21 anos contou que as duas brigaram por ciúmes e que a modelo estava "muito alterada" na segunda-feira (10). Segundo ela, a própria vítima causou o incêndio ao jogar frascos de um tipo de álcool no chão e, em seguida, acender um isqueiro.

Ainda de acordo com a moça, ambas sofrem com crises de ansiedade. Por esse motivo, a modelo teria tomado medicamentos que agravaram a briga entre elas. "Mas eu nunca iria fazer uma coisa dessas. Queria esclarecer que eu não fiz isso", afirmou Vitória. As duas estavam juntas há um ano.

50% DO CORPO QUEIMADO

Devido às chamas, Katiuscia teve cerca de 50% do corpo queimado e segue internada no Hospital Doutor Jayme Santos Neves, na Serra. No momento do resgate, ela chegou a ser intubada; mas, na terça-feira (11), ela já respirava sem a ajuda de aparelhos. De acordo com a mãe, o quadro de saúde da modelo é estável.

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