A Polícia Civil descobriu um esquema de envio de maconha do Mato Grosso para o Espírito Santo em eletrodomésticos. As investigações da polícia apontam que o motor dos aparelhos era substituído por uma quantidade de drogas de peso equivalente e eram utilizados sacos de café para disfarçar o cheiro. Ainda de acordo com a PC, já houveram pelo menos seis envios deste tipo para o Estado ao longo deste ano.
O esquema do envio de drogas foi descoberto pela Polícia Civil por meio da Operação Chicago, que tem o objetivo de combater o tráfico de drogas em todo o Estado. A operação está na segunda fase e foi realizada durante as duas primeiras semanas do mês de dezembro.
Segundo o delegado Tarcísio Otoni, titular do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc) da Grande Vitória, um tanque elétrico de lavar roupas com oito quilos de maconha foi apreendido no bairro Aparecida, em Cariacica, no dia 1º de dezembro, na casa da pessoa que encomendou a droga. O envio foi feito por meio de uma transportadora particular.
"Traficantes do estado do Mato Grosso estavam remetendo para o Espírito Santo quantidades elevadas de drogas por meio de envio de eletrodomésticos. Eles retiravam o motor do aparelho, neste caso, um tanquinho, verificavam o peso do motor para substituir em drogas. Neste caso, foram oito quilos de maconha no lugar do motor do tanquinho. A investigação identificou que, só neste ano, o estado do Mato Grosso encaminhou seis eletrodomésticos nestas mesmas condições", disse.
O delegado Otoni ainda afirmou que a Polícia Civil irá instaurar um inquérito para continuar investigando o envio de drogas neste formato para o Estado. Ele ainda afirmou que a pessoa que fez a encomenda do eletrodoméstico não estava na casa no momento da chegada dos agentes, mas o suspeito já foi indiciado e possui passagens por tráfico de drogas.
A Polícia Civil ainda destacou uma ação realizada no bairro Tabuazeiro, em Vitória, onde traficantes invadiram um apartamento que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, para utilizar como ponto de venda de drogas e de vigilância de atividades policiais. Dois homens com passagens por tráfico, porte ilegal de arma de fogo, roubo e homicídio foram presos, e um menor foi apreendido.
Segundo o delegado Otoni, o conjunto habitacional onde o apartamento fica também foi alvo da 12ª fase da Operação Caim, que aconteceu na segunda-feira (21) e que visa combater o tráfico de drogas, além dos crimes de homicídio, em parceria com as forças de segurança do Estado. No local, os agentes apreenderam drogas e material ligado ao tráfico.
"Nessa operação foram apreendidos crack, maconha, anotações para o tráfico de drogas e rádios comunicadores, o que corroborou nossa investigação de que eles faziam essa vigilância da atividade policial, monitorando. Era um apartamento que já tinha destinação para pessoas carentes, mas foi invadido por traficantes", explicou.
Além da Grande Vitória, a segunda fase da Operação Chicago também teve atuações em Aracruz, Colatina, Guarapari, Nova Venécia, São Mateus e Venda Nova do Imigrante. No total, 27 pessoas foram presas e 12 menores apreendidos. Além disso, 21 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos policiais.
Foram apreendidas também seis armas, incluindo pistolas personalizadas que, segundo o delegado Otoni, indicam que pertencem a criminosos de alta posição na hierarquia do tráfico de drogas. 203 munições também foram apreendidas. Os agentes realizaram também apreensão de cerca de 22,6 kg e 562 buchas de maconha, 2,7 kg e 2 mil papelotes de cocaína, 7 kg e mil pedras de crack, além de 29 frascos de loló e 2 kg de haxixe.
A Polícia Civil também destacou a apreensão de anabolizantes sem receita médica sendo vendidos por um colombiano que, segundo o delegado Otoni, morava há cerca de quatro meses no Espírito Santo. Com o suspeito, foram encontradas substâncias como Oxandrolone, Nandrolone, Testosterone, dentre outras.
A Polícia Civil estima que nesta fase da Operação Chicago o prejuízo causado ao tráfico de drogas por conta das apreensões tenha chegado a cerca de R$ 650 mil. Somando-se ao balanço da primeira fase da operação, a polícia acredita que o rombo ao crime organizado seja de R$ 1,2 milhão.
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