Na versão anterior desta reportagem, a Polícia Militar do Espírito Santo havia divulgado uma imagem errada de Lucas Bravim Passos, morto na operação no Morro do Macaco. Em nota, a PM disse que "houve um equívoco na base de dados". A foto foi substituída na reportagem.
A Polícia Militar divulgou as identidades de quatro dos cinco mortos em confronto na noite de segunda-feira (14), no Morro do Macaco, em Tabuazeiro, Vitória. Todos têm extensa ficha criminal, de acordo com a corporação. O quinto homem não foi identificado oficialmente. São eles:
Segundo a Polícia Militar, Andreso Felipe Motta teve passagens por tráfico de cocaína duas vezes em 2008, nos meses de setembro e dezembro. Em 21 de dezembro de 2020, foi cumprido um mandado de prisão temporária contra ele — o crime não foi informado.
Andreso teria voltado para o Morro do Macaco após sair da cadeia em Minas Gerais em março de 2022. Inclusive, a suspeita da polícia é que eles que atiraram contra os militares durante o confronto no Morro do Macaco estavam tentando proteger Andreso, considerado uma das lideranças do tráfico local.
Já Gabriel Santos Bento teve passagens em setembro de 2018 e março de 2021 por porte ilegal de arma de fogo. Em maio de 2020, há ainda a informação de que houve uma averiguação para saber se ele estava com mandado de prisão em aberto. Na ficha dele também há uma anotação de "crimes diversos" em 21 de maio de 2012, quando Gabriel era menor de idade.
Lucas Bravim Passos, de acordo com a PM, estava com um mandado de prisão em aberto. Ele teve passagens por porte ilegal de arma de fogo em junho de 2017 e setembro de 2019; em novembro de 2019, também há uma anotação no nome dele de veículo recuperado com restrição de furto e roubo.
As passagens continuam em agosto de 2020 e de 2021, por tráfico. Em junho e novembro de 2021 há passagem por tentativa de latrocínio; em novembro do mesmo ano, o nome dele aparece em uma operação policial com anotação de "pessoa com mandado de prisão".
Em 2023, Lucas aparece duas vezes nos registros policiais: em maio, por lesão corporal contra a mulher, e em 7 de agosto, como "indivíduo não localizado" para cumprimento de mandado de prisão.
A ficha criminal de Felipe Yuri Pinto Arcanjo começa em dezembro de 2020, com cumprimento de mandado de prisão. Em agosto de 2021, há uma anotação sobre apreensão de arma e munições, assim como em agosto de 2022. A última passagem foi em maio de 2023, em que o nome dele aparece em um caso de tentativa de homicídio por arma de fogo.
Um confronto entre policiais militares e traficantes deixou cinco pessoas mortas na região do Morro do Macaco, em Vitória, na segunda-feira (14). A informação foi confirmada pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, à reportagem da TV Gazeta.
De acordo com o coronel, a corporação recebeu a informação de que aproximadamente 30 indivíduos estariam no local durante à tarde, fortemente armados, para receber uma grande carga de drogas. A PM foi até a região e, segundo Caus, houve o início do confronto. Além das mortes, cinco armas foram apreendidas.
"A Força Tática do 1º Batalhão foi acionada e duramente enfrentada por diversos disparos. Mantiveram a troca de tiros por muito tempo. Posteriormente, a nossa tropa avançou. Cinco armas foram apreendidas e os cinco baleados foram socorridos ao Hospital São Lucas. Um dos indivíduos baleados, inclusive, durante a ação, ia jogar uma granada", destacou.
O coronel destacou ainda que o artefato estava no local e o Batalhão de Missões Especiais (BME) realizaria a detonação. "Demonstra claramente a intenção desses indivíduos em acertar os nossos policiais militares, que dentro do estrito cumprimento do dever legal de legítima defesa, fizeram o revide", justificou.
Ainda segundo o coronel, chamou a atenção da corporação que, mesmo durante o socorro das vítimas, a troca de tiros não foi cessada. "Vários indivíduos do Morro do Macaco, em diferentes posições, continuaram a atirar contra a PM, por mais de uma hora", afirmou.
Após a publicação desta matéria, o Ministério Público de Espírito Santo (MPES) informou que "acompanha o caso e aguarda o recebimento do Inquérito Policial Militar (IPM), a ser enviado pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar, e do Inquérito Policial, da Polícia Civil, para posterior análise e adoção das providências cabíveis e previstas em lei, pela Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar e pela Promotoria de Justiça Regional de investigação e Controle Externo da Atividade Policial, respectivamente. A Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar apura a possível prática de crimes militares e a Promotoria de Justiça Criminal atua na apuração crimes dolosos contra a vida".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta